A Universidade Federal de Roraima (UFRR) é uma das parceiras da Casa de Governo que foi instalada em evento realizado na manhã de quinta-feira (29) no auditório da Fundação Nacional da Saúde (FUNASA) em Boa Vista. Estiveram presentes representantes de órgãos federais, locais, da UFRR e Ebserh (Leia mais sobre).
A Casa de Governo é uma estrutura permanente do Governo Federal que buscará monitorar e enfrentar os problemas de saúde indígena e outros temas que impactam Roraima. A UFRR participará das ações dessa estrutura com a Unidade de Retaguarda Hospitalar aos Povos Indígenas (URHPI) que fará parte do complexo do Hospital Universitário mantido entre a universidade e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
Sobre a Casa de Governo, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirma que o foco da unidade é cuidar da população roraimense e a UFRR será uma grande aliada. “A casa de governo pretende ser um espaço de articulação dos entes federais em Roraima integrando e articulando ações com os entes locais em assuntos variados. Sobre o Hospital Universitário, vamos garantir que ele seja de alta complexidade. Queremos que as obras sejam concluídas o mais rápido possível e será um hospital federal vinculado a UFRR, a Ebserh na busca de cuidar da saúde do povo roraimense e da educação, pesquisa e extensão”, observa o ministro.
Conforme o reitor da UFRR, José Geraldo Ticianeli, a implantação da unidade de retaguarda hospitalar é uma busca pela melhora no atendimento a população indígena de Roraima. “Hoje demos início a implantação e esta será uma unidade que participará do nosso complexo de saúde. Será uma unidade com uma característica particular de respeitar a cultura, os princípios, as questões éticas, antropológicas, de linguagem das diferentes etnias que vivem aqui no Estado. O atendimento a saúde indígena fazendo parte de um hospital universitário trará também o fortalecimento da saúde pública e um ensino mais humanizado, direcionado, com todos os cursos da universidade fazendo um trabalho em conjunto altamente interdisciplinar”, afirma o reitor.
Para o vice-reitor da UFRR, Silvestre Lopes da Nóbrega, a assinatura do protocolo para a instalação da unidade voltada aos indígenas é um marco para a história da UFRR. “É um ponto importante da nossa história. Com a unidade de atendimento indígena, ampliamos a nossa capacidade em atender a população tanto na área da saúde como acadêmica no processo de ensino e pesquisa”, comemora.
A URHPI estima atender aproximadamente 100 mil indígenas com indicação de internação hospitalar e/ou aguardando deslocamento para exames ou consultas especializadas que atualmente permanecem por longos períodos nas Casas de Apoio à Saúde Indígena (CASAI). Sua implantação pretende ampliar e qualificar o acesso de indígenas aldeados(as) aos serviços hospitalares e ambulatoriais especializados em atenção aos povos indígenas, além de reduzir o tempo de espera para exames e possibilitar que as CASAIs possam executar outras ações coletivas, como de vigilância em saúde, de educação em saúde e ambiental, dentre outras.
Durante o evento, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirma que a busca é estabelecer um trabalho de forma integrada em parceria entre os entes federais e locais. “Será um hospital universitário que cumprirá as funções da assistência, da educação, da formação de profissionais de saúde. Nesse ato contínuo, vamos ter a construção de dois novos pavilhões agregados às instalações do Hospital das Clínicas atual, um voltado para transformação do hospital e ao mesmo tempo traremos essa unidade de retaguarda que será um espaço fundamental para indígenas com condições adequadas de atendimento. Isso vai ser trabalhado em conjunto com as lideranças indígenas, a Ebserh e a UFRR”, destaca Nísia.
Segundo o presidente da Enserh, Arthur Chioro, os dois blocos que serão construídos contarão com recursos do PAC, sendo complementado com recursos do Fundo Amazônico. A URHPI será um quarto bloco com entrada independente no novo Hospital Universitário. “Junto com a UFRR, vamos conseguir estabelecer uma retaguarda hospitalar adequada para os povos indígenas. No início, já tínhamos o planejamento de iniciar os trabalhos com recursos do PAC para ampliação da unidade hospitalar do Hospital das Clínicas que como um Hospital Universitário junto com a UFRR ganhará um novo bloco com centro cirúrgico, UTI, ampliação de leitos e mudança do perfil do hospital. E agora para atender a demanda indígena construiremos mais um bloco, o quarto bloco, com entrada independente e características arquitetônicas voltadas às necessidades da população indígena”, explica Arthur.
Sobre a Unidade de Retaguarda Hospitalar dos Povos Indígenas (URHPI)
Fará parte das instalações do Hospital Universitário (HU-UFRR) e será voltada para atendimento exclusivo aos indígenas aldeados em situações clínicas estáveis, procedentes das CASAIs, dos Polos Base ou das demais unidades hospitalares do território, por meio de regulação, a partir de critérios de elegibilidade previamente definidos. Também será um espaço de ensino-aprendizagem ligado a Universidade Federal de Roraima.
Pensando em um ambiente com conforto e segurança para a população indígena e observando sua diversidade cultural e linguística, o projeto arquitetônico da unidade hospitalar de retaguarda será diferenciado e validado com o Controle Social da Saúde Indígena do Distrito de Saúde Especial Indígena (DSEI) Yanomami e Ye´kwana e com o DSEI Leste Roraima em reunião plenária local.
A instalação do Hospital Universitário (HU-UFRR) segue com os trabalhos da equipe de transição formada por representantes da UFRR, Ebserh e Ministério da Saúde. No início de fevereiro foi assinado o protocolo de intenções entre a UFRR e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). O documento estabelece providências preliminares para formalizar o contrato para a prestação de serviços de saúde e apoio na formação acadêmica no HU-UFRR que será instalado no atual Hospital das Clínicas Dr. Wilson Franco.
Entre os serviços que serão prestados estão a assistência médico-hospitalar, ambulatorial, apoio diagnóstico e terapêutico à comunidade, além da prestação de serviços de apoio ao ensino, pesquisa e extensão voltada à formação de profissionais da área da saúde.
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