A palestra “Vozes LGBTQIAPN+: Sexualidade, Resistência à LGBT+fobia e Consciência Política na Amazônia roraimense” marcou as comemorações do mês do orgulho LGBTQIANP+ na Universidade Federal de Roraima. O evento ocorreu no dia 19 de junho, no auditório I – Terezinha Ticianeli, do Bloco I do LEDUCARR, reunindo entidades e movimentos sociais, programas de pós-graduação, grupos de pesquisa, artistas e militantes dos direitos humanos e teve por objetivo a busca por reflexão sobre a diversidade e a realidade da população LGBTQIANP+ na Amazônia brasileira e roraimense.
A atividade foi ministrada pela professora da UFRR, Raquel Anne de Assis, que trouxe conceitos sobre as temáticas LGBTQIAPN+ e contou também com a ativista, Silvia Reis, que abordou mais as questões sobre a vivência dela e a luta pelos direitos sociais no contexto regional.
A programação também contou com outras atividades, como a apresentação de entidades e movimentos sociais, momento cultural com artistas locais, além de lanche compartilhado. A organização do evento foi do grupo de pesquisa Formação de Professores, Práticas Pedagógicas e Epistemologias do Professor/Professora do Campo (FPEC/UFRR) liderado pelo professor Sérgio Luiz Lopes.
Para um dos organizadores e mestrando da FPEC/UFRR, Tiago Nicolau, a palestra foi um momento de troca de experiências muito importante para a comunidade acadêmica e sociedade em geral. “O encontro foi muito bom, pois envolveu movimentos sociais, pessoas da sociedade civil e representantes da comunidade LGBT+ do estado de Roraima. Tivemos essa escuta de forma horizontal de todas essas pessoas, além das duas palestrantes, o que envolveu troca de conhecimento com a professora Raquel representante da nossa universidade e a Silvia que trouxe sua vivência. O evento foi um sucesso, principalmente, por essa participação da sociedade, da comunidade acadêmica e dos sindicatos que faz essa escuta ser muito boa”, afirma o organizador.
Ainda conforme Tiago, o evento também foi uma forma de refletir sobre a questão dos direitos humanos e o papel da universidade dentro da sociedade. “A universidade possui enorme importância em trazer essas discussões, a reflexão dessas demandas sociais, ou seja, daquilo que atravessa a vida das pessoas que formam a nossa sociedade. Provocar o debate dos direitos humanos que nesse momento vem sofrendo muitos ataques é fundamental”, analisou.
Orgulho que carrego
Outros três membros da comunidade universitária da UFRR, que também protagonizam as peças da campanha Somos Diversidade 2024, a professora doutora Wenderson Oliveira e os discentes Andrew Senna e Vitória Beatriz Reis falaram sobre o significado deste mês do orgulho LGBTQIAPN+ em suas vidas.
Docente do curso de Licenciatura em Música, Wenderson é uma pessoa não-binária. Para ela, o significado de ‘orgulho’, num primeiro momento, está ligado à trajetória, história e memória das pessoas que lutaram pelos direitos conquistados pela comunidade.
Primeira pessoa não-binária a ocupar o cargo de professora universitária na UFRR, Oliveira conta que “é um aceno para novos dias, para novas propostas de vida acontecerem na universidade, promovendo uma justiça cognitiva: respeito às epistemologias LGBTQIAPN+”.
Do mesmo modo, “pensarmos uma justiça corporal para que pessoas como eu possam existir dentro de um espaço universitário. Estamos aqui para criar espaços possíveis à novas pessoas”, finaliza.
Acadêmico de Artes Visuais, Andrew Sena se identifica como homossexual. Segundo o discente, pela experiência acadêmica “o orgulho se traduz em valorizar a diversidade e perspectiva de cada indivíduo, trazendo um ambiente de aprendizado”, relata.
Já para a acadêmica de Psicologia, Vitória Reis, bissexual, “o orgulho significa não só levar o seu conhecimento para fora da universidade, contribuir com a sociedade. É levar quem você é”.
Resolução 091 e denúncias
Em 16 de outubro de 2023, a resolução 091 foi divulgada por meio do Conselho Universitário da Universidade Federal de Roraima (CUni/UFRR). De acordo com o capítulo III, é considerado violência de gênero e sexualidade, no âmbito da instituição “qualquer conduta com conotação sexual sem consentimento e não desejada pela vítima, que violem sua dignidade e liberdade sexual, bem como qualquer ato dirigido às pessoas em razão do seu sexo, identidade ou expressão de gênero ou orientação sexual, que causem, intencionem ou sejam suscetíveis de provocar danos físicos, psicológicos, morais, sexuais e econômicos”.
Para denúncias e outras informações, basta acessar os contatos da Ouvidoria pelo Fale Conosco ou se dirigir até o setor que está situado no prédio da Reitoria, campus Paricarana. Atendimentos em horário comercial.
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