Publicado em: 18 de agosto de 2024
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Artista, escritor e produtor cultural indígena do Povo Makuxi, Jaider Esbell, era um dos artistas mais renomados de RoraimaFoto: RCCaleffi – Coordcom/UFRR

A Universidade Federal de Roraima (UFRR) concederá o título de Doutor Honoris Causa (post mortem) ao artista indígena Makuxi Jaider Esbell. A cerimônia nesta terça-feira (20/08), às 19h30, no Centro Amazônico de Fronteiras (CAF), no campus Paricarana.

O título “Doutor Honoris Causa” é concedido pelo Conselho Universitário (CUni) a personalidades eminentes que tenham contribuído, de maneira notável, para o progresso da Universidade, da Região ou do País ou que tenham se distinguido, de forma excepcional, pela sua atuação em favor das ciências, das letras, das artes ou da cultura em geral.

A outorga da honraria para Jaider Esbell foi proposta, inicialmente, pela professora do Curso de Artes Visuais da UFRR, Ivete Souza da Silva, acolhida pelo Conselho do departamento do Curso e, posteriormente, enviada para Comissão Especial, designada para admissibilidade da solicitação, composta pelas professoras Ise de Goreth Silva, Priscilla Cardoso Rodrigues e pelo professor Flávio Corsini Lira. A relatoria do processo no CUni ficou sob a responsabilidade da professora Luciana da Silva Barros. A concessão do título foi aprovada em reunião do CUni, realizada no dia 26 de julho, e publicada no dia 02 de agosto.

O reitor da UFRR, professor José Geraldo Ticianeli, destaca o tamanho da arte de Jaider Esbell e o compromisso da Universidade em valorizar a educação, a cultura e as artes em âmbito regional e nacional. “Conceder o título de Doutor Honoris Causa ao Jaider Esbell não só celebra a sua arte e a sua história, mas também reforça o compromisso da nossa Universidade com a valorização das culturas indígenas e a promoção da justiça social”, destaca o reitor.

Quem foi Jaider Esbell?

Artista, escritor e produtor cultural indígena do Povo Makuxi, Jaider Esbell, era um dos artistas mais renomados de Roraima. Representante da “arte indígena contemporânea”, Esbell é reconhecido, nacional e internacionalmente, pelo seu trabalho, que aborda questões sobre arte, ancestralidade, espiritualidade, humanidade, memória, política, ecologia e vários outros assuntos. O artista foi vencedor do prêmio Pipa Online 2016 e, em 2020, participou da Mostra Coletiva de Arte Indígena Contemporânea “Véxoa: nós sabemos” na Pinacoteca do Estado de São Paulo. Foi curador de mostras de arte, como a “Moquêm_Surarî”, realizada no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP), como parte da programação paralela da 34ª Bienal de São Paulo.

Em outubro de 2021, um mês antes de falecer, Jaider teve as obras “Carta ao Velho Mundo (2018-2019) e “Na Terra Sem Males” (2021) adquiridas pelo Centre Georges Pompidou, em Paris, que possui grande acervo de arte moderna na Europa.

Para a professora Ivete Silva, Esbell expandiu a arte produzida na Amazônia para o mundo. “A busca dele era sempre manter um diálogo aberto e, dessa forma, levou sua arte para o cenário nacional e internacional. Era uma arte universal. Ele queria os filhos de Macunaima falando dos seus sonhos, saberes, lutas e buscou ser um representante do Povo Makuxi e de outros povos indígenas”, observa.

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