Com um clima predominante tropical-úmido e equatorial, Roraima é um dos estados com clima mais quente do Brasil. Por conta disso, não possui a temperatura ideal para o plantio de várias culturas, como a do aspargos, que é vista como uma das hortaliças mais nobres do mundo, a planta e seu cultivo ocorrem mais comumente em locais com baixas temperaturas no inverno. Contudo, a estudante de mestrado Yenara Alves Guedes do Programa de Pós-graduação em Agronomia (POSAGRO-UFRR) da Universidade Federal de Roraima tem desafiado a lógica e mostrado o contrário. Ela está desenvolvendo um experimento que tem plantado aspargos no meio das altas temperaturas registradas em Roraima.
Atualmente na metade do curso de mestrado, a estudante conta que a ideia do experimento surgiu durante um estágio de conclusão de curso ainda na graduação junto com a estudante Ingridy Tavares. “Eu e minha amiga Ingridy estagiávamos em uma fazenda e cuidávamos de uma agrofloresta. Lá tinha uma plantação de aspargo e todos os dias tínhamos aspargo para mandar para sede. Ficamos bem curiosas sobre a cultura e resolvemos pesquisar mais. Diante disso, a Ingridy fez o TCC dela sobre a germinação das sementes em diferentes substratos (uma terra preparada que serve como suporte para fixar as plantas e suas raízes se tornando fonte dos nutrientes e absorção de água) e deu muito certo. Inclusive, já tivemos um artigo publicado”, contou.
Com o título “Caracterização de substratos e sua influência na germinação e crescimento de mudas de aspargo”, o artigo foi publicado pela Revista de Agricultura Neotropical, periódico científico publicado pela Universidade do Estado de Mato Grosso do Sul (UEMS), Centro de Desenvolvimento Sustentável do Bolsão Sul-Mato-grossense (CEDESU), da Unidade Universitária de Cassilândia (UUC).
Yenara conta que junto de Ingridy decidiram dar continuidade as pesquisas quando entraram no mestrado sob a orientação do professor da UFRR, José Maria Arcanjo Alves. “Repetimos o experimento com a germinação de sementes comerciais e sementes não comerciais de aspargo em diferentes substratos. Posteriormente, levamos essas mudas a campo e como todos sabem o aspargo é uma cultura de clima frio e teoricamente não era para produzir aqui em Roraima devido as altas temperaturas”, explicou.
Atualmente o projeto com a cultura dos aspargos está sendo tocado por Yenara e pela estudante Sandra Lima que está iniciando o doutorado. Conforme a estudante, a colega ficará com a parte de estudo dos melhoramentos das plantas, cruzamento entre plantas machos e fêmeas, produção dos melhores brotos, observação de qual planta está se adaptando melhor ao clima, entre outros.
Sobre a tese, a estudante conta que já tem o primeiro capítulo que fala sobre a germinação de sementes e depois abordará o consórcio do aspargo com feijão de porco, leguminosa que devido as suas características é indicada para enriquecer a fertilidade do solo. “Nos capítulos subsequentes, iremos observar o rendimento, produção e produtividade do aspargo com diferentes coberturas de solo. Para fechar o ciclo da cultura, temos planos em fechar parceria com laboratório de pós-colheita para realizarmos pesquisas do tempo de prateleira dessa hortaliça, extração de compostos químicos e orgânicos e outros compostos”, contou Yenara sobre os planos para o futuro.
Por ser uma cultura nova para o estado, a mestranda destaca que as dificuldades com o projeto de pesquisa tem sido encontrar estudantes que busquem também estudar a hortaliça. “Até então está dando tudo certo na sequência da pesquisa, ainda não tivemos imprevisto e de acordo com as literaturas, estamos produzindo brotos comerciais que possuem diâmetro acima de 5mm. Só que o aspargo é uma hortaliça que requer muita mão de obra manual desde a implantação da cultura no solo até o ponto de colheita e ainda não temos estudantes interessados em estudar a hortaliça. Essa está sendo a maior dificuldade, pois muitos estudantes preferem trabalhar com culturas conhecidas, como arroz, soja e milho”, revelou.
Importância do aspargo e objetivo do projeto de pesquisa
O aspargo é nativo do leste do Mediterrâneo e da Ásia menor. No Brasil, seu cultivo se iniciou na década de 1930 e se adaptou aos climas do Sul do país e de regiões frias do estado de São Paulo.
Alimento muito apreciado na culinária, sobretudo na Europa, a espécie possui baixas calorias, sendo uma ótima fonte de nutrientes, incluindo fibras, folato e vitamina A, C e K. Além de conter diversas vitaminas e minerais, as lanças do aspargo são ricas em minerais, proteínas, derivados de aminoácido e outros compostos.
Para a estudante, o estudo é uma forma de mostrar que Roraima pode produzir economicamente a hortaliça fazendo com que o preço do aspargo diminua nos mercados favorecendo os consumidores locais. “É uma cultura nova para o nosso estado e estamos tentando incluir a cultura e o consumo do aspargo tanto na comunidade acadêmica como na sociedade em geral. O nosso objetivo é mostrar que em Roraima a produção de aspargo pode se tornar viável economicamente e com isso os preços dele diminuam. Em alguns mercados da cidade, o preço do quilo chega a R$ 187. Nossa maior meta é também divulgar as formas de cocção desta hortaliça riquíssima em nutrientes”, afirmou.
Sobre o POSAGRO/UFRR
O Programa de Pós-Graduação em Agronomia da Universidade Federal de Roraima (POSAGRO/UFRR) tem cursos de Mestrado e Doutorado. A área de concentração dos cursos é: “Produção Vegetal”, com quatro linhas de pesquisa: “Manejo de solo e água em agrossistemas Amazônicos”, “Fruticultura tropical e bioeconomia de fruteiras nativas da Amazônia”, “Microbiologia e proteção de plantas” e “Manejo e produção de grandes culturas em ambientes Amazônicos”.
Mais informações estão disponíveis na página do programa.
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