Publicado em: 8 de junho de 2023
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CoordCom/UFRR com informações Amazoon

O Programa de Pós-graduação em Comunicação (PPGCOM), em conjunto com a Coordenação do Curso de Comunicação Social – Jornalismo (CCOS) da Universidade Federal de Roraima (UFRR) promovem, na próxima segunda (12), às 18h30, no auditório do PPGSOF, a aula aberta “Mercantilização no ocidente da identidade Amazônica e excessos neocolonialistas: em direção a uma nova comunicação responsável?”

O debate deriva da pesquisa que embasa a tese de doutorado do pesquisador francês Pierre Cilluffo Grimaldi, investigador no CELSA (Ecole des Hautes Études en Sciences de l’information et de la Communication) da Sorbonne Université de Paris.

Pierre estuda, em particular, o imaginário ocidental sobre a Amazônia e as representações midiáticas sobre nosso território propagadas pelo mundo.

“Foco também na comunicação populista de Bolsonaro sobre esta questão. Em junho, finalmente vou ter a oportunidade de ir a campo para conhecer a Amazônia. Será minha primeira vez. Estou empolgado para ir até Boa Vista, ir até Roraima. Vou participar também do Intercom passar também por Manaus, Belém e São Paulo a convite da USP”, afirma Pierre Cilluffo Grimaldi, investigador do CELSA.

No início de 2023, o pesquisador francês fez contato com o Amazoom, por o intermédio da professora Larissa Conceição dos Santos, que hoje atua na Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), mas fez parte de sua formação na Sorbonne Université em Paris.

“Compartilhamos com a professora Larissa a experiencia da Rede Amlat – Rede temática de Cooperação, Comunicação, Cidadania, Educação e Integração para América Latina e ficamos surpresos com o contato de Pierre e seu interesse em conhecer mais nossas pesquisas e o território amazônico no qual elas estão vinculadas”, explica Vilso Jr. Santi, Coordenador do Amazoom.

Segundo o coordenador do PPGCOM da UFRR, Luís Francisco Munaro, essa é uma oportunidade para se compreender o processo pelo qual a Amazônia se transformou numa marca, o que implica pensar, antes de tudo, a sua transformação num conceito geopolítico de uso estratégico, algo que começou a se consolidar em meados do século XIX.

“O apelo à “Amazônia” era uma forma, por um lado, de o estado brasileiro aludir a uma vasta região que precisava ser protegida daquilo que seria chamado, mais tarde, de “cobiça internacional”. Por outro lado, no norte do país, o discurso identitário sobre a Amazônia serviu para unir elites dispersas e inquietas, até então concentradas em embates por fronteiras territoriais umas com as outras”, explica Luís Francisco Munaro.

Noutras palavras, e ainda conforme o professor Munaro, a Amazônia é, antes de qualquer coisa, “algo que foi inventado” e que passou por “um processo estratégico de reinvenção constante”.

“Debater essa história é fundamental para o aprimoramento da compreensão da Amazônia a respeito dela mesma, para o que, sem dúvidas, a aula aberta com o pesquisador francês Pierre Cilluffo Grimaldi vem muito a contribuir, sobretudo no sentido de fornecer uma enriquecedora perspectiva externa. Não é demais lembrar que a Amazônia se popularizou no público europeu através das descrições do viajante francês Charles Marie la Condamine, que narrou diante da Academia de Ciências de Paris, em meados do século XVIII, sua busca pelas guerreiras Amazonas no famoso rio. Desde então, os franceses têm retornado com infatigável curiosidade para o misterioso território, e é com prazer que recebemos um deles, promissor pesquisador, para continuar este longo debate e busca pela “descoberta””, reforça Munaro.

Já, conforme José Tarcísio de Oliveira Filho, coordenador do Curso de Comunicação Social – Jornalismo, é importante a participação dos estudantes de graduação no debate, ainda mais na semana do Intercom Norte 2023 que acontece na instituição, também contanto com a participação de Pierre Cilluffo Grimaldi.

“A participação dos estudantes é importante pela possibilidade de terem contato com uma pesquisa que diz respeito sobre a nossa realidade, principalmente a partir dos estudos das representações, das identidades e do jornalismo. Além do mais, traz uma abordagem reflexiva que pode contribuir para a formação tanto para quem tem uma vocação para o mercado, como para quem pensa em seguir a carreira acadêmica e de pesquisa”, afirma José Tarcísio de Oliveira Filho.

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