Publicado em: 18 de dezembro de 2024
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Nesta segunda edição da nossa série #Pesquisa&Inovação, apresentamos duas matérias com conquistas da nossa UFRR.

Com programa na área de matemática, UFRR consegue segundo registro de computador emitido pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual – INPI 

Professora do curso de Licenciatura em Educação do Campo (LEDUCARR), Gladys Maria Bezerra de Souza, e o Técnico em Sistema de Computação e ex-aluno do Instituto Federal de Roraima (IFRR), Tiago Almeida dos Santos.

A Universidade Federal de Roraima conseguiu seu segundo registro de computador emitido pelo Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI). O feito foi possível graças a um programa que identifica todos os números primos usando algoritmos matemáticos. O certificado foi recebido no dia 22 de outubro.

Os inventores são a professora do curso de Licenciatura em Educação do Campo (LEDUCARR), Gladys Maria Bezerra de Souza, e o Técnico em Sistema de Computação e ex-aluno do Instituto Federal de Roraima (IFRR), Tiago Almeida dos Santos.

A professora Gladys conta que o produto final do programa demandou anos de estudos. “Foi resultado de um longo tempo de espera. A ideia voltou quando retornei a estudar com 45 anos no curso de Licenciatura de Matemática na Universidade Estadual de Roraima (UERR). No terceiro para o quarto semestre, eu participei da 1ª Semana de Matemática da UFRR e ouvi uma palestra sobre criptografia que tem como base os números primos. Tive muita curiosidade a respeito. Por que os números primos são tão complexos de serem identificados?”, conta.

O programa é um aplicativo de celular desenvolvido para ser capaz de identificar todos os números primos dentro de um intervalo que pode ser determinado pelo usuário. Desta forma, o aplicativo utiliza de algoritmos matemáticos a partir de duas fórmulas criadas pela professora Gladys Souza enquanto que o processo de adaptar esses cálculos para programação e criação do aplicativo foi desenvolvido por Tiago Almeida dos Santos. “Sempre tive facilidade com números, com matemática e me ocorreu que poderia fazer algumas fórmulas ou uma fórmula para tentar criar um meio de identificação desses números primos. Eles são na Matemática os geradores de todos os números naturais positivos. É por meio deles que se pode fazer a criptografia, senhas de sistemas, pois como são difíceis de identificar eles dificilmente podem ser hackeados. Com base nessa importância, o nosso programa pode ser útil para estudos ou pesquisas”, explica a professora.

Elaborado por Tiago Santos, o programa possui uma interface intuitiva, sendo que com alguns cliques, o usuário pode obter uma lista completa de todos os números primos dentro do intervalo desejado. O objetivo é transformar o app em uma ferramenta valiosa para estudantes, pesquisadores e profissionais que trabalham com Matemática e Ciência de Dados. “O projeto foi o meu primeiro em questões de aplicação de pesquisa e a Gladys veio com uma ideia inovadora em aplicabilidade de números primos. O que eu fiz foi colocar os cálculos dela em prática dentro de uma aplicação. Utilizei alguns métodos para adaptar as fórmulas dela para o contexto da programação. Posso dizer que todo o processo foi eficiente de forma até inesperada por nós mesmos, sem dúvida, uma experiência muito bacana”, destaca Santos.

Para conseguir o registro, o aplicativo também passou por testes, análises e fase de implementação. Os testes foram realizados com 20 alunos e professores de Matemática durante 20 dias. “As minhas fórmulas também foram analisadas por professores especializados e depois tivemos a fase de implementação do aplicativo. Desde o início vinha tentando fazer uma parceria buscando alguém para fazer a programação e encontrei o Tiago que estava finalizando a graduação no IFRR. Apesar de ele não ter feito seu trabalho final com esse programa, continuamos com a ideia e implementamos o app de fato”, afirma a docente.

Já Tiago destaca a parceria como importante para a conquista do registro pelo INPI. “A Gladys também trouxe a questão do registro e daí criamos o app, as documentações, foi uma conquista muito legal para gente. Sou desenvolvedor há mais de cinco anos e sempre crio coisas. Eu nunca tive algo que fosse uma patente minha também e gostaria que muitos da minha área tivessem a mesma oportunidade e até mesmo o incentivo. Essa participação colaborativa nossa em que Gladys tinhas as fórmulas e eu o conhecimento da programação foi relevante para essa conquista. A Matemática tem uma área muito ampla para ser estudada”, conclui Tiago.

O Coordenador do Núcleo de Inovação Tecnológica da UFRR (NIT/UFRR), Elton Bentes Neves, destaca que o “registro é fundamental para garantir a proteção legal de direitos autorais sobre programas de computador”. Desta forma, o produto garante proteção autoral e formaliza a UFRR como detentora dos direitos, ao impedir que terceiros usem ou distribuam o software sem autorização. O registro permite que a UFRR possa explorar comercialmente o software, negociar parcerias, transferências de tecnologia e garantir a segurança jurídica.

Além disso, conforme o Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT/UFRR), em instituições de ensino e pesquisa, como a UFRR, o desenvolvimento de softwares pode resultar em projetos inovadores que poderão ser repassados para a sociedade e também promover uma cultura de proteção intelectual. Esse fato incentiva professores, pesquisadores e estudantes a considerarem a propriedade intelectual como parte integrante do processo de desenvolvimento.

Buscando ajudar e democratizar o conhecimento da Matemática, os inventores destacam o aplicativo como um grande avanço e companheiro importante para os estudos da área. “O nosso app pode ser usado na educação básica por professores para que os alunos entendam como é o fenômeno de identificar os números primos e mostrar como eles são importantes no desenvolvimento da própria Matemática. Também pode ser usado a um nível superior da álgebra avançada e na teoria dos números”, analisam Gladys e Tiago.

Os interessados podem encontrar o programa em formato de aplicativo disponível gratuitamente na plataforma da Loja Google Play.

Relembre o primeiro registro da UFRR no INPI

O primeiro registro da titularidade de um programa de computador da UFRR no INPI foi com o aplicativo “Meu Software”, que busca facilitar a vida das pessoas interessadas em registrar programas de computador no Brasil. O app concentra em um único espaço informações sobre a importância, legislação, procedimentos e custos sobre o processo para pedido de depósito de registro de programa de computador junto ao INPI. A intenção é ajudar as pessoas a entenderem e a viabilizarem de maneira otimizada os seus registros.

O aplicativo foi produto tecnológico do trabalho de conclusão de curso do acadêmico e servidor da UFRR, José Alailson Sousa Pinho, na época aluno do Mestrado Profissional em Rede do Programa de Pós-graduação em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para a Inovação (PROFNIT/UFRR).

Foco do edital é apoiar pesquisas que contribuem para o desenvolvimento científico, tecnológico e a inovação na Região da Amazônia Legal de modo sustentável

Dois projetos coordenados por professoras da Universidade Federal de Roraima foram aprovados em edital lançado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em conjunto com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

A chamada nº 19/2024 intitulada “Centros avançados em áreas estratégicas para o desenvolvimento sustentável da região amazônica – Pró-Amazônia” possui o objetivo de apoiar projetos de pesquisa em rede que visem contribuir para o desenvolvimento científico, tecnológico e a inovação dentro da região da Amazônia Legal de forma sustentável, incluindo também projetos de inovação social.

Para tanto, os projetos devem contemplar temas e áreas estratégicas, como recuperação dos ecossistemas amazônicos, biotecnologia, geração de energia renovável, sistemas alimentares sustentáveis, adaptação e mitigação a mudança climática, educação, cultura, povos e saberes tradicionais, entre outros.

Pela UFRR, os projetos contemplados foram da professora do departamento de Engenharia Civil, Mariana Chrusciak que garantiu R$ 4.076.540 e da professora do curso de Agronomia e Programa de Pós-graduação em Agronomia, Kedma da Silva Matos que conseguiu financiamento de R$ 2.391.976.

A professora Mariana, responsável pelo projeto que cria uma rede de pesquisas que envolvem a UFRR, o Instituto Federal do Tocantins (IFTO), Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), além da Newcastle University, conta que o intuito é produzir conhecimento sobre o solo da região. “A ideia da chamada é montar centros avançados na região amazônica com temáticas voltadas para desenvolvimento sustentável. Então, temos um projeto em rede em que a UFRR é a principal instituição e que vamos estudar os processos erosivos na Amazônia. Para isso, cada uma das instituições ficará responsável por coletar os solos de sua região. A ideia é produzir e acumular conhecimento para montar um banco de dados relativos aos processos erosivos no solo dentro da Amazônia”, explica a professora.

Mariana é coordenadora geral e local, em Boa Vista. Além dela, integram o projeto os professores e pesquisadores da UFRR, Alex Bortolon de Matos, Franciele Oliveira Campos da Rocha e Thais Oliveira Almeida. Da UFMA faz parte a professora Mayssa Alves da Silva Sousa, do IFTO o professor Flavio da Silva Ornelas, da UFAM o professor Matheus Pena da Silva e Silva e da Newcastle University da Inglaterra, a professora Bruna de Carvalho Lopes.

Já a segunda aprovação na chamada do edital foi com o projeto intitulado “Bioprospecção e caracterização da diversidade microbiana de plantas nativas visando práticas agrícolas sustentáveis para a Amazônia Setentrional”. A pesquisa da professora Kedma Matos trabalha com plantas nativas, como o camu-camu, araçá-boi e caimbé.

O objetivo é bioprospectar (procurar por organismos vivos) e caracterizar microrganismos associados a essas plantas nativas da Amazônia Setentrional que possuem capacidade de promoção do crescimento vegetal e controle biológico de patógenos (organismos capazes de causar doenças em um hospedeiro) em culturas de interesse econômico. “O intuito é desenvolver inoculantes microbianos sustentáveis e eficientes contribuindo para a agricultura de baixo impacto ambiental e para a conservação da biodiversidade microbiana da região”, destaca a professora.

Desta forma, o projeto é focado nestas espécies nativas pouco estudadas, o que contribui para alavancar inovações na agricultura tropical sustentável. “Isso se alinha com as demandas globais por práticas agrícolas ecologicamente responsáveis. Nossa iniciativa posiciona a região amazônica na vanguarda da pesquisa em microbiologia agrícola tropical, prometendo impactos significativos na conservação da biodiversidade, no desenvolvimento econômico sustentável e na valorização dos recursos genéticos da Amazônia”, conta Kedma.

O projeto de pesquisa também é realizado por meio de uma ação multi-institucional envolvendo professores, técnicos, alunos e pesquisadores na execução das suas etapas. Neste caso, a parceria da UFRR ocorre com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Centro de Pesquisa Agroflorestal da Amazônia Ocidental, Manaus – AM e Centro Nacional de Pesquisa de Florestas, Colombo – PR), a Universidade Estadual de Roraima (UERR), o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), a Universidade Federal de Viçosa (UFV), além do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e o Instituto de Investigaciones de la Amazonía Peruana (IIPA) em Iquitos no Peru.

Para as professoras, a aprovação na chamada do CNPq é uma chance de viabilizar financeiramente os projetos e trazer benefícios para a pesquisa produzida na UFRR e em Roraima. “Buscamos construir um centro de pesquisa e vamos interligar uma rede com universidades do Tocantins, Amazonas, Maranhão e até de fora do País. Com o investimento, vamos comprar equipamento para as universidades que fazem parte dessa rede, sendo que o principal beneficiário é a UFRR”, afirma Mariana.

Kedma destaca que a aprovação é a validação do processo de crescimento das pesquisas realizadas na UFRR. “Recebi a notícia com muita alegria e entusiasmo. Demonstra que estamos em processo de amadurecimento trazido pelo trabalho contínuo na pós-graduação. Estamos sendo desafiados e temos demonstrado que nossa região está provida de pesquisadores que podem impulsionar o seu desenvolvimento. Agora podemos viabilizar financeiramente a pesquisa, garantir sua relevância e credibilidade, além de contribuir para o avanço da ciência e do desenvolvimento social e econômico na região Norte”, observa.

Aprovação em outro edital do CNPq é estímulo à participação de meninas e mulheres nas Engenharias

A professora Mariana Chrusciak também teve o projeto “Conversas entre meninas e engenheiras: construindo redes” aprovado no edital do CNPq nº 31/2023 – Meninas nas ciências exatas, engenharias e computação”.

O objetivo é estimular o ingresso, formação, permanência e ascensão de meninas e mulheres nas engenharias por meio da organização de uma rede colaborativa de instituições acadêmicas e não acadêmicas. Conforme a professora, o projeto prevê ações de formação, grupos de estudo, sensibilização sobre políticas públicas de igualdade de gênero, acompanhamento de egressas, entre outras, atuando em uma rede que envolve quatro estados e o Distrito Federal somando seis instituições de ensino superior (IES) e cinco escolas de ensino fundamental e médio (EFEM).

Participam do projeto as unidades voltadas para o ensino de Engenharias da Universidade Federal de Goiás (UFG), Universidade Federal do Piauí (UFPI), Universidade de Brasília (UFB/UNB), Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA) e UFRR compondo uma coordenação em rede nacional. A atuação ocorrerá no Colégio Estadual Nazir Safatle em Goiânia (GO), Casa de Educação Popular em Marabá (PA), Escola Municipal Joca Vieira em Teresina (PI), Colégio de Educação Fundamental – CEP 120 Samambaia em Brasília (DF) e Colégio de Aplicação da UFRR.

O projeto receberá R$ 1.186.440 durante três anos (2024-2027) para pagamento de custeio e 63 bolsas em várias modalidades.

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