Publicado em: 10 de dezembro de 2024
Atualizado em: 11 de dezembro de 2024
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A Universidade Federal de Roraima será a responsável por implantar a Educação de Jovens e Adultos (EJA) na comunidade indígena Waimiri Atroari. A apresentação do modelo de EJA foi apresentada no dia 01 de dezembro, em reunião realizada no Núcleo de Apoio Waimiri Atroari/NAWA , que fica localizado na TI Waimiri Atroari, em Rorainópolis. 

Conforme o professor da UFRR e assessor da associação da comunidade, Carlos Alberto Marinho Cirino, na reunião com as lideranças indígenas foi aprovada como será a execução da EJA, com aulas que iniciam em março de 2025. “Tratamos como seria a dinâmica e qual modelo seria o adequado para os representantes da comunidade, além de número de alunos nessa primeira turma”, explica. 

Coordenado pela professora da UFRR, Edjane Scacabarossi e ofertada pelo Colégio de Aplicação (CAp/UFRR), o projeto de ensino tem o tema “A Educação de jovens e Adultos (EJA) Indígena: ser e pensar a multiplicidade de experiências educacionais no processo de ensino e aprendizagem” e visa proporcionar o processo formal de escolarização da comunidade indígena que, por diversos motivos, não concluiu a educação básica na idade certa estabelecida por Lei. 

A professora da UFRR, Edjane, explica que a organização pedagógica curricular corresponderá à estrutura da EJA de forma combinada, sendo uma forma de oferta presencial, mas que considera a importância e necessidade de flexibilização da modalidade para melhor integrar jovens, adultos e idosos de povos e comunidades indígenas. “Essa modalidade de ensino foi organizada pensando nas particularidades e respeitando a cultura e o local ondem eles vivem. Os anos iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano) serão compostos por módulos com 300 horas por ano escolar. Desta forma, usaremos a metodologia da Pedagogia da Alternância para que ocorra de fato a efetivação de uma educação escolar indígena, intercultural e social e que afirme e legitime a cultura, seus saberes e suas potencialidades”, explica. 

Por meio da proposta, serão oportunizadas atividades educacionais interculturais, considerando as características dos alunos, seus interesses, sua realidade social e cultural, em que serão 15 dias aulas no NAWA e 15 dias de atividades, tarefas, dos alunos diretamente nas aldeias. “É isso que chamamos de EJA combinada e formada por atividades diretas e indiretas. Neste início também estamos organizando o lançamento de um edital para inscrição de professores, que nessa primeira etapa precisam ser pedagogos. A primeira turma será composta de 50 alunos”, analisa a docente. 

As tratativas para a implantação da EJA já vinham acontecendo anteriormente. No dia 12 de outubro, outra reunião com representantes da UFRR e da Associação da Comunidade Waimiri Atroaria/ACWA discutiu também a renovação do acordo de cooperação existente entre as duas instituições, além da implantação da EJA na comunidade. 

A UFRR, por meio do projeto “Capacitação Programa Waimiri Atroari”, tem implementado cursos de capacitação voltados para os indígenas. O projeto está sediado no Instituto de Antropologia (INAN) e é executado pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGANTS) e curso de Bacharelado em Antropologia, atualmente, sob a coordenação do professor Carlos Cirino. “A busca dos indígenas Waimiri Atroari era conhecer nossa cultura, nossa ciência e buscamos levar esse conhecimento para eles. Atualmente estamos reavaliando os aditivos para que o acordo seja renovado e os cursos continuem. A UFRR está atendendo uma demanda de uma comunidade indígena considerada de contato recente. Essa confiança dos Waimiri Atroari é um reconhecimento do nosso trabalho. A nossa universidade é também uma instituição que faz um trabalho de educação extramuros e aqui destaco o apoio da gestão superior como importante nesse processo”, analisa. 

O reitor da UFRR, José Geraldo Ticianeli, destaca que a EJA na comunidade indígena é um compromisso com a interiorização da Universidade e com a democratização da educação. “O fato de a própria comunidade ter procurado a UFRR nos deixa muito contentes e cientes da nossa responsabilidade como uma instituição de ensino que busca democratizar uma educação de qualidade. Buscamos levar uma proposta de educação em que os Waimiri Atroari se sintam atendidos, respeitando a sua cultura, ancestralidade e características únicas. Destaco essa ação como parte do projeto de interiorização que tem sido um compromisso da Universidade com a sociedade roraimense sempre na busca de levar o ensino, a pesquisa e a extensão para todo o estado”, observa o reitor. 

Conheça um pouco sobre a pedagogia da alternância  

A proposta de EJA apresentada aos indígenas utiliza a metodologia da Pedagogia da Alternância. Esse método foi criado na França, em 1930, e tem por objetivo uma formação que traga períodos alternados de vivência e estudo tanto na escola como na comunidade em que os alunos residem. O intuito é que ocorra uma intensa troca de conhecimentos entre os ambientes que fazem parte da vida desses alunos. 

Conforme a professora e coordenadora do projeto, Edjane Scacabarossi, o projeto da EJA para os Waimiri Atroari terá a realização de 150h de tempo-escola e 150h de tempo-comunidade visando essa troca de conhecimento em que os professores irão até a comunidade indígena. 

 O chamado “Tempo-Escola” é constituído por ações educativas realizadas nos espaços institucionais em que os processos educativos são ofertados na escola e o “Tempo- Comunidade” é constituído por ações educativas realizadas nos espaços onde os educandos desenvolvem o trabalho em interação com os bens da natureza através da agricultura, da pesca, da caça e do extrativismo, além de ações coletivas nos movimentos e organizações sociais, suas práticas culturais de convivência como as religiosas, esportivas, de lazer, na família, nas comunidades. 

A professora explica como o projeto contemplará esses momentos. “Durante o tempo-escola eles se deslocarão de suas aldeias e assistirão as aulas no NAWA (local de encontro). Serão 15 dias de aulas presenciais com os professores, intérpretes e um antropólogo, depois eles retornam para suas caldeias e levarão uma apostila de atividades e, também, terão encontros on-line com os professores, esse período se caracterizará como tempo-comunidade”, conta Edjane. 

Permitindo que os conteúdos ensinados na escola criem vínculos no meio de vida do aluno eventualmente ocorrerão outros “tempos” que não estão associados à instituição escolar ou à família/comunidade, ciclos produtivos, projetos de pesquisa ou processos. “Tivemos vários desafios pensando nesse projeto e a EJA já atende um público diferencial e buscando conhecer os Waimiri Atroari construímos algo pensado diretamente para a comunidade. Precisamos entender que a educação para eles não é apenas um só professor, tem toda uma construção. Por isso, estarão compondo a equipe o antropólogo, o intérprete para que possamos atender a comunidade com a melhor educação possível”, afirma ainda a professora Edjane. 

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