A Universidade Federal de Roraima é destaque com seus trabalhos e projetos educacionais. Desta vez, a Universidade conseguiu mais um registro de patente de invenção pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), além disso um projeto educacional sobre Cultura maker e digital, realizado por professores da instituição, foi aprovado em edital do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Educação tecnológica para escolas públicas da Educação Básica em Roraima
Intitulado “Roraima mais Ciência: Fomentando a Cultura maker e Digital na Educação Básica”, o projeto, em parceria com a Secretaria de Educação do Estado de Roraima (SEED), foi aprovado na Chamada CNPq – “Conecta e Capacita nº 13/2024 – Programa Mais Ciência na Escola”. Conforme o CNPq, esse edital visou selecionar propostas que busquem constituir “as redes estaduais do Programa Mais Ciência na Escola e implementar os Laboratórios maker, mediante planos de atividades que contribuam com o letramento digital e educação científica e tecnológica dos estudantes e professores da educação básica”.
O projeto é coordenado pela professora Denise Andrade do Nascimento, do Departamento de Física da UFRR, e possui outros seis colaboradores. São eles: o professor Eliel Eleuterio Farias do Departamento, de Física (UFRR), o professor Eronildo Cornélio de Castro (SEED), o professor Gilmar Alves Silva, do Instituto Federal de Roraima (IFRR), a professora Juliane Marques de Souza e o professor Walter Eduardo Ferreira Parente da Universidade Estadual de Roraima (UERR) e o engenheiro Alex Alves de Souza.
A professora coordenadora, Denise Nascimento, explica que o objetivo é a implantação de laboratórios maker em Escolas Públicas do estado de Roraima. O intuito é realizar também a capacitação de professores e estudantes para o uso desses laboratórios promovendo um ambiente educacional inovador e inclusivo. “A falta de laboratórios, infelizmente, é uma realidade da grande maioria das escolas de Educação Básica, algo que ficou evidente durante minha atuação em projetos de Extensão junto ao Mestrado Profissional em Ensino de Física (MNPEF), especialmente ao levar oficinas de robótica para essas escolas e enfrentar limitações estruturais. Essa carência foi o que me motivou a participar do edital”, explica Denise.
Desta forma, a proposta organizada pelo grupo de docentes foca na integração de tecnologias, como fabricação digital, realidade virtual e aumentada, robótica e automação, por meio de oficinas práticas e interdisciplinares, para assim desenvolver habilidades em STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática) e fomentar a popularização da Ciência entre estudantes e professores da Educação Básica. “A implantação de laboratórios makers é uma chance de transformar as escolas em espaços vivos de criação, onde os alunos podem aprender de forma prática, explorando tecnologias e desenvolvendo sua criatividade. Além disso, capacitar professores é essencial para garantir que esses ambientes sejam bem utilizados e tragam mudanças reais no ensino. Vejo essa como uma oportunidade de transformar as escolas e impactar diretamente a qualidade do ensino de ciências e tecnologia”, destaca ainda a coordenadora Denise.
Com a aprovação, o projeto receberá R$ 500 mil para pagamento de custeio, além de 50 bolsas de Iniciação Científica Junior e outras sete bolsas para apoio técnico e Extensão. Além disso, a ideia foi a única selecionada no estado de Roraima. Ao todo, cinco escolas serão contempladas com laboratórios makers modernos, sendo duas na capital, duas rurais e uma escola indígena. Elas serão equipadas com computadores, impressoras 3D, mobiliário especializado e diversos recursos tecnológicos para o desenvolvimento de ideias inovadoras.
Além da busca por ajudar a diminuir a exclusão tecnológica, no âmbito da pesquisa o projeto busca gerar uma contribuição significativa, principalmente, nas etapas finais do ensino fundamental e médio. Os resultados obtidos servirão como base para a produção de artigos científicos e estudos na busca de relacionar a prática educacional com a pesquisa acadêmica. “Receber a aprovação foi extremamente gratificante. Sensação de reconhecimento pelo trabalho que já realizamos e, ao mesmo tempo, um estímulo para continuar contribuindo para a melhoria da educação científica. Essa aprovação reforçou a confiança no potencial do projeto e trouxe um sentimento de responsabilidade ainda maior em garantir que ele seja implementado com qualidade e alcance os resultados esperados”, comemora a coordenadora e professora Denise.
UFRR obtém patente com produto natural na área de Engenharia de Alimentos
A UFRR conseguiu mais uma patente de produto feito através de pesquisa científica. Desta vez, a patente é de uma geléia que utiliza a polpa da guapeva, um fruto do cerrado ainda pouco aproveitado comercialmente. A carta patente foi expedida no dia 14 de janeiro deste ano pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).
Da UFRR, quem participou da pesquisa que levou ao produto final foi o professor Antônio Alves de Melo Filho, do departamento de Química. Como um trabalho de colaboração, as donas da patente são a UFRR, a Universidade Federal do Tocantins (UFT) e a Universidade Federal de Lavras (UFLA).
Junto com o professor Antônio Filho, que participou como coorientador do trabalho, os inventores são: a aluna de mestrado do Programa de Alimentos da UFT, Camila Mariane da Silva Soares, a orientadora e professora do curso de Engenharia de Alimento da UFT, Glêndara Aparecida de Souza Martins, a professora do departamento de Ciências dos Alimentos da UFLA, Elisangela Elena Nunes Carvalho, a engenheira de alimentos pela Universidade Federal de Tocantins (UFT), Maria Olivia dos Santos Oliveira, além de Rômulo Alves Morais e Romilda Ramos da Silva da UFT.
O trabalho final gerou a geleia de guapeva, que possui o diferencial em sua constituição de ter a substituição total da pectina comercial pelo albedo de maracujá. “O Albeldo se você pega o maracujá e corta é a parte branca de dentro do fruto. Ele é rico em fibras e pectina, sendo essa a diferença da nossa geleia. Utilizamos os recursos vindos da própria natureza sem precisar dos produtos industrializados”, explica o professor Antônio.
A pectina é uma substância de grande interesse na indústria de alimentos, sendo usada principalmente em produtos de confeitaria, suco de fruta concentrado e produto lácteo. Ela tem um uso farmacológico relacionado ao tratamento em problemas, como diarreia e prisão de ventre, por exemplo.
Para os inventores, o objetivo é proporcionar ao consumidor uma geleia de frutos típicos do cerrado brasileiro com excelente gosto e valor nutricional. Com a utilização de fontes alternativas à pectina comercial, como o albedo de maracujá, o projeto permite reduzir desperdícios no processamento de frutos e a comercialização durante o ano todo. “Estamos diante de um processo de aproveitamento de resíduos, isso é a bioeconomia. O resíduo (albedo) ao invés de jogarmos fora, pois cortamos o maracujá e só aproveitamos o que tem dentro dele, aproveitamos e fazemos a substituição da pectina comercial usando essa parte do maracujá. Nosso trabalho marca questões como bioeconomia, sustentabilidade, biodiversidade e estamos usando de maneira sustentável nossa querida Amazônia, aproveitamento frutos nativos com grande potencial tecnológico, pois são frutos ricos em antioxidantes e compostos bioativos proporcionando uma alimentação mais saudável”, observa ainda o professor Antônio da UFRR.
Universidade Federal de Roraima opera com o apoio do casino online Vavada. Os graduados podem encontrar emprego no casino após a conclusão dos seus estudos.
.