Publicado em: 14 de outubro de 2024
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Um dos projetos premiados foi o “Mulheres que fazem história, mas não estão nos livros de história”, o projeto coletivo que surgiu em 2022 garantiu o reconhecimento na 9ª edição do prêmio CEERT

Três trabalhos de alunos e professores da Universidade Federal de Roraima se destacaram em premiações nacionais. Os projetos abordam temas como igualdade racial e de gênero, sustentabilidade dentro da engenharia civil e botânica.

Um desses projetos é fruto do trabalho realizado no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID História da UFRR no período de 2022 e 2024. Chamado de “Mulheres que fazem história, mas não estão nos livros de história”, o projeto coletivo que surgiu em 2022 garantiu o reconhecimento na 9ª edição do prêmio CEERT (Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades) que ocorreu no SESC São Paulo no dia 26 de setembro.

A professora de história da Educação Básica, pesquisadora do Ensino de História e Supervisora PIBID/UFRR (2022-2024), Hstéffany Muniz Araújo explica que a busca do projeto é dar voz e visibilidade a diversas mulheres. “Eu tinha um problema muito grande das famílias não acompanharem nossos alunos e isso infelizmente é uma realidade da escola pública. Além disso de querer aproximar a família da escola a gente percebia que nos livros didáticos há um silenciamento, um apagamento das mulheres que fizeram e fazem parte da história. Então nosso intuito foi fazer com que esses alunos entendam dento das aulas de história que para além do livro didático, para além daquele assunto que eles veem em sala de aula tinham mulheres que participaram desses processos históricos, mas que não estavam registradas nos livros didáticos”, explica a professora Hstéffany.

O projeto foi realizado com cinco turmas do 7º ano da Escola Estadual São José que foram responsáveis por produzir textos e desenhos sobre a vida dessas mulheres escolhidas. Ao todo foram movimentos em cada turma uma média de 25 a 28 alunos. “O projeto buscou fazer com que essas crianças encontrem também dentro de suas próprias famílias histórias de mulheres para retratar. Eles escolheram uma mulher e ao longo de todo ano eles ficaram de investigar mais sobre a história delas. Então no nosso e-book tem ali mães, avós, tias. O que chama atenção é a diversidade, mulheres de várias etnias indígenas, negras, migrantes”, conta.

Visto como um projeto coletivo, além da professora Hstéffany também são responsáveis a professora da Educação Básica do Colégio de Aplicação da UFRR, Adriana Gomes, a professora da educação básica do colégio Professora Conceição da Costa e Silva, Cleicimar Aniceto, além da professora coordenadora do PIBID História da UFRR, Marcella Albaine e a Coordenadora do PIBID UFRR, Luzineth Martins. “O Pibid está envolvido em tudo e ele transformou essa ideia em ação. São quatro mulheres a frente desse projeto e só digo que fomos privilegiadas, pois é uma premiação nacional considerada a maior premiação da educação antirracista. Fiquei muito surpresa que Roraima nunca tinha tido inscritos então já foi maravilhoso estar entre os finalistas. Mas o que gosto de saber é que a gente conseguiu fazer a diferença não apenas pela premiação, mas por ver as famílias participando, eles lendo o e-book e tudo isso”, afirma.

Do projeto ainda foram gerados dois produtos finais, sendo o Ebook “Mulheres que fazem história, mas não estão nos livros de história: As vozes femininas da comunidade Escola Estadual São José” e também um documentário que teve o apoio da Assembleia Legislativa de Roraima que registrou todo o projeto e um pouco da história da escola.

Nesta edição do prêmio CEERT cerca de 524 pessoas se inscreveram na seleção com 16 premiados no total. O CEERT é uma instituição sem fins lucrativos que desenvolve ações focadas na promoção de práticas antirracistas e de equidade social, tanto na educação quanto no campo jurídico.

Sustentabilidade em projeto dentro da Engenharia Civil


Intitulado “Transformando o solo para um futuro sustentável”, o trabalho da professora Mariana Chrusciak e dos alunos de graduação da Engenharia Civil da UFRR, Isabelle Coelho, Victor do Vale Ramos e Victor Cavalcanti levou o primeiro lugar no Prêmio Pesquisa e Inovação Geojovem.

A premiação faz parte do XXI Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica e também do X Simpósio Brasileiro de Mecânica das Rochas e o X Simpósio Brasileiro de Engenheiros Geotécnicos Jovens. Os eventos que ocorreram entre os dias 24 e 17 de setembro em Balneário Camboriú em Santa Catarina debate as áreas da Mecânica dos Solos e das Rochas, da GeoEngenharia, Academia, Indústria com intuito de trocar de experiências e soluções para o desenvolvimento mais sustentável e seguro para a sociedade.

A professora Mariana Chrusciak afirma que a premiação buscava projetos que valorizavam a inovação em união com a sustentabilidade. “Eu escrevi o projeto que é voltado para a biocimentação utilizando a técnica MICP (Precipitação de Carbonato de Cálcio Induzida por Microorganismos) para fixar CO2 no solo”, explica a professora sobre o projeto que busca tornar o solo mais estável e resistente a erosão melhorando assim infraestruturas e reduzindo a emissão de CO2.

Ainda para a professora, a turma recebeu com muita satisfação a premiação e destaca a experiência dos alunos. “Foi um desafio primeiro para montar o vídeo para apresentar o trabalho e transformar nossa pesquisa tão técnica em algo que se tornasse acessível para que qualquer pessoa no Youtube entendesse. Então é um retorno muito importante, principalmente, porque vimos o grande potencial para desenvolvimento tecnológico com pessoas da indústria que ficaram interessadas no projeto. Também para os nossos alunos de graduação da Engenharia Civil foi uma oportunidade única. Eles saíram do congresso muito felizes e já estrear com tanta visibilidade foi fantástico”, afirma Mariana.

Projeto na área de botânica, conservação ambiental e divulgação científica

Atualmente o herbário da UFRR, único do estado, tem uma coleção com 10.300 espécimes encontradas na Amazônia brasileira

O projeto da professora do Centro de Estudos da Biodiversidade (CBIO) e do Programa de Pós-Graduação em Saúde e Biodiversidade (PPGSBIO) da UFRR, Amélia Tuler, recebeu a premiação para desenvolver projetos no herbário da UFRR. O prêmio é dado pela International Association for Plant Taxonomy (IAPT) na categoria de pequenas coleções.

O projeto Processing, digitalization and scientific dissemination of Herbarium (UFRR): preserving the past and future of collections in the North of the Brazilian amazona” vindo da UFRR foi uma das três propostas do Brasil premiadas. “Essa premiação é também um recurso associado para desenvolver o projeto. Todo taxionomista está sempre prestando atenção nos editais do IAPT. Eles publicam editais para mestrado, doutorados e outros para desenvolvimento da pesquisa. Agora como curadora participei desse edital voltado para pequenas coleções biológicas e herbárias do mundo inteiro. As melhores propostas recebem uma premiação em dinheiro e esse recurso é usado para desenvolver o projeto que foi submetido ao edital”, esclarece Amélia.

Atualmente o herbário da UFRR, único do estado, tem uma coleção com 10.300 espécimes encontradas na Amazônia brasileira. A curadora do herbário da UFRR e responsável pela coleção botânica, a professora Amélia ainda destaca que os recursos são importantes para continuar desenvolvendo mais conhecimento científico dentro da área. “Vai ser utilizado para as ações de divulgação científica, compra de material de consumo e outras ações que fazemos aqui no herbário. Vejo esse edital como uma oportunidade de pequenas coleções se manter ao longo do tempo. Geralmente os editais privilegiam os grandes centros como RJ e SP e esses editais focados para pequenas coleções são ótimos”, afirma.

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