Experiência fora do País, troca de conhecimentos, aprendizados em outra Cultura e idioma. Estas são algumas das vantagens da mobilidade acadêmica ou o chamado intercâmbio estudantil. Por meio de parcerias com diversas instituições de ensino, a Universidade Federal de Roraima (UFRR), conforme dados da Coordenadoria de Relações Internacionais (CRINT), realizou 160 mobilidades entre 2012 até 2024.
Entre os programas de intercâmbio e países conveniados à UFRR por meio da CRINT estão acordos do Brasil-México (BRAMEX), Colômbia, University of Guyana, Pitzer College (EUA), com a Université de Liége Pila, entre outros. Os dados são relativos as mobilidades coordenadas pela CRINT.
Conforme o coordenador da CRINT/UFRR, professor Marcos Vinícius, as experiências internacionais dos alunos que aderem a mobilidade é, sobretudo, um ganho de conhecimento que extrapola os limites geográficos da UFRR. “É experiência e formação acadêmica mais ampla. Uma troca linguística, cultural, de conhecimento que acrescenta na formação acadêmica e como um sujeito, um cidadão. A mobilidade ela vem enriquecer a bagagem da formação acadêmica, mas extrapolando os muros da universidade, pois traz uma série de conhecimentos do mundo para o aluno”, explica o coordenador.
Rommel Monte, do 6° ano do curso de Medicina, fez mobilidade para Liège em 2023 e ficou entre novembro e dezembro na Bélgica. O interesse na Mobilidade surgiu com a intenção de produzir Ciência. “Gosto bastante do ramo científico, desde o segundo ano da universidade já participava de pesquisas, projetos de extensão, congresso e vi essa oportunidade. Lá desenvolvemos projetos de pesquisa, prática de laboratório, além de conhecer outras culturas, costumes. Foi desafiador e enriquecedor. Recomendo muito e agradeço a oportunidade”, destaca Rommel.
Além das possibilidades que são coordenadas pela CRINT/UFRR existem diversos outros editais que estudantes da UFRR podem participar. Uma desses estudantes que está indo fazer sua mobilidade é Leticia Barbosa da Silva, acadêmica do curso de História, que irá a Moçambique através do edital “Caminhos Amefricanos: Programas de Intercâmbios Sul-Sul”. Diferente dos outros alunos que fizeram intercâmbio por meio da CRINT, o edital de Leticia é da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) que selecionou 50 estudantes de todo o Brasil.
“Eu vi a oportunidade e me inscrevi em dezembro do ano passado. Fiquei extremamente feliz com a avaliação da Capes que é nacional. É o reconhecimento de um trabalho para além do âmbito acadêmico que para mim foi valioso. Toda a minha trajetória de certa forma me relaciona a temática da promoção da igualdade racial, ações afirmativas, educação antirracista”, observa a estudante.
O programa da CAPES é realizado por meio de uma parceria com o Ministério da Igualdade Racial (MIR), que busca promover intercâmbios para fortalecer uma educação antirracista por meio da troca de experiências, conhecimentos e políticas públicas em países do Sul Global para docentes e discentes de licenciatura.
Conforme a Capes, a seleção contou com 980 inscritos e “foi direcionada para estudantes quilombolas ou autodeclarados pretos ou pardos, estudantes de licenciaturas a partir do 5º semestre e vinculados a Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros (Neabs), Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabis) ou grupos correlatos”.
Letícia apresenta pesquisas focadas na Lei 10.639, que institui a obrigatoriedade do ensino de história e culturas africanas e afro-brasileiras nas escolas. Ela ansiosa com a viagem e o aprendizado. “Para conseguir eu tive o apoio da professora Verônica Prudente e do seu grupo de pesquisa e da coordenação do curso de Letras. Agradeço demais o apoio. Por lá, estarei durante 15 dias junto a Universidade Pedagógica de Maputo com uma bolsa voltada à formação do professor antirracista. A ficha está caindo de ver um lugar novo, uma nova cultura, estou muito ansiosa”, afirma .
Segundo o coordenador da CRINT/UFRR, a instituição ganha quando qualquer dos seus alunos consegue uma bolsa de intercâmbio, pois esse estudante vira um representante da universidade fora do país. “Ela [a UFRR] ganha representatividade e isso é uma forma de contribuir no cenário de pesquisa, ensino e extensão a nível internacional. Temos uma projeção enquanto espaço de produção de conhecimento, espaço de aprendizagem. A universidade também se internacionaliza junto toda vez que enviamos um estudante que está sendo formado aqui na UFRR”, destaca.
O que é a CRINT/UFRR?
A Coordenadoria de Relações Internacionais, vinculada à Reitoria da UFRR, é um órgão de apoio à comunidade acadêmica da universidade. O setor busca promover, organizar e nortear a internacionalização da UFRR através de cooperação e convênios com instituições e órgãos estrangeiros que beneficiem a comunidade acadêmica no campo do ensino, da pesquisa e da extensão.
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