INSTITUCIONAL, TELESSAUDE

O Núcleo de Telesssaúde da Universidade Federal de Roraima realizou nesta terça-feira (13) a primeira teleinterconsulta voltada à solução de um caso relacionado à saúde indígena. Na ocasião estiveram presentes a ministra da Saúde, Nísia Trindade, a secretária de Saúde Digital do Ministério da Saúde, Ana Estela Haddad, e o reitor da UFRR, José Geraldo Ticianeli, entre outros representantes.

O coordenador do Núcleo de Telessaúde da UFRR, Dr. Júlio Cesar Fraulob, explicou que a teleinterconsulta ocorreu entre dois médicos, sendo um no Polo Surucucu e um profissional do DSEI Yanomami presente na Casai Yanomami. “O profissional do polo estava com uma dúvida pertinente a uma situação mais especializada e solicitou um teleatendimento remoto, síncrono, com o profissional de saúde da Casai Yanomami. Dessa forma, eles puderam discutir o caso e escolher o melhor tratamento”, afirmou.

Considerado o 14º do país, o Núcleo de Telessaúde da UFRR foi anunciado no ano de 2023 pela ministra da Saúde, Nísia Trindade. O núcleo irá oferecer diversas especialidades por meio dos programas de residências médicas, como infectologia, clínica médica, ginecologia e pediatria com previsão de no futuro oferecer o telediagnóstico em áreas como oftalmologia e cardiologia.

“O atendimento é feito através de uma plataforma segura, transparente e que permite o acompanhamento dos dados do paciente. A telessaúde utiliza, principalmente, o corpo clínico do próprio município, da própria unidade que faz a solicitação. Então, nós oferecemos a plataforma e a própria Casai vai oferecer todos os profissionais dela, assim como a universidade vai oferecer o corpo de residentes para atender esses profissionais. Lembrando que os números de residentes são flutuantes, mas atualmente temos pelo menos 16 residentes em quatro especialidades”, explicou o coordenador.

Para o reitor da UFRR, José Geraldo Ticianeli, com o primeiro atendimento a UFRR marca sua presença também na telessaúde buscando melhorar e apoiar a saúde indígena. “Através do núcleo, composto por vários profissionais de diferentes especialidades, poderemos oferecer um atendimento mais rápido às comunidades indígenas, em especial à comunidade Yanomami. Realizamos a primeira ação desse processo, atendendo já uma indígena dessa comunidade”, destaca.

Em visita a Roraima, a ministra da Saúde, Nísia Trindade acompanhou o teleatendimento e comentou a parceria do ministério da Saúde com a UFRR. “Quero agradecer a UFRR. Estamos em muitas parcerias e com a telessaúde queremos seguir melhorando a qualidade do atendimento à saúde do povo indígena. Tivemos a primeira teleconsulta e a tendência agora é se aperfeiçoar e as especificidades oferecidas estarão vinculadas às nossas residências”, afirmou.

A importância da telessaúde e o reforço do objetivo da UFRR

A Telessaúde é um sistema de prestação de serviços de saúde realizado a distância com apoio das chamadas tecnologias da informação e de comunicação (TICs). Desta forma, o objetivo é ampliar o acesso aos serviços de saúde sem necessidade de grandes gastos de deslocamento em áreas consideradas remotas.

Para o coordenador Júlio Fraulob, oferecer acesso a saúde por meio das tecnologias digitais vence à distância geográfica e a dificuldade de acesso aos povos indígenas. “A telessaúde vira uma ferramenta de ampliação do acesso a uma saúde de qualidade. Poderemos atender pacientes de diferentes localidades para consultas médicas, acompanhamento de doenças crônicas, exames e outros serviços, sem a necessidade de deslocamentos longos e dispendiosos”, disse Júlio.

Já o reitor da UFRR ainda destacou que o Núcleo de Telessaúde será importante também para as atividades acadêmicas se unindo ao ensino, a pesquisa e a extensão. “Alguns desses atendimentos serão realizados também por residentes dos cursos da UFRR o que é um ganho para o eixo da universidade que une ensino, pesquisa e extensão. Além de diferentes profissionais, incluir os residentes é fazer que eles conheçam a realidade na qual estão inseridos oferecendo um processo de formação mais completo e eficiente”, observou José Geraldo Ticianeli.