Projetos dos alunos do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Roraima conquistaram prêmios na 30ª Feira Estadual de Ciências de Roraima (Fecirr). Considerado o maior evento de iniciação científica voltada para a educação básica de Roraima, a feira ocorreu entre os dias 6 e 7 de dezembro nas quadras do Complexo Poliesportivo Rivaldo Neves no Parque Anauá. Ao todo, cinco projetos dos alunos do CAp foram premiados, sendo três na modalidade Ensino Fundamental I (1º ao 5 º ano) conquistando a segunda, terceira e quinta colocações e dois prêmios na modalidade Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano) ficando com segundo e terceiro lugares.
O tema escolhido para o evento em 2023 foi “Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável” que está alinhado a temática da 20ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia escolhido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. A estrutura da feira trouxe 210 trabalhos inscritos, de escolas públicas e privadas da Capital, Interior e Comunidades Indígenas, analisados por 120 avaliadores com participação de duas escolas de fora de Roraima, sendo uma de Minas Gerais e outa do Rio Grande do Sul.
Para a diretora do Colégio de Aplicação da UFRR, Adriana Gomes Santos, o resultado dos projetos na feira estadual é fruto do engajamento de toda a comunidade escolar, além de pais e responsáveis. “Foi um processo conjunto, uma união de esforços com docentes, discentes e familiares. Observamos durante esses projetos a criatividade, o engajamento e a motivação dos nossos alunos. Queremos principalmente que eles percebam a importância da ciência e que ela perpassa o cotidiano de todos. A aprendizagem é o foco, é observar a ciência como apoio a sustentabilidade e que os nossos alunos levem isso adiante”, afirma a diretora.
Os alunos receberam troféus e medalhas, sendo que os dois primeiros colocados recebem credenciais para participação em eventos científicos nacionais.
Veja quais são os projetos dos alunos dos Anos Iniciais
Na modalidade Anos Iniciais, o Colégio de Aplicação recebeu premiação por projetos das turmas do 1º, 3º e 5º ano. O projeto do 3º ano chamado “Planeta Água – cuidando do nosso planeta azul” conquistou o 2º lugar na feira e foi orientado pelas professoras Bruna Ferreguetti, Julia Dantas, Laura Barros e Verônica Pimenta. O objetivo era trabalhar a importância da água e os meios de preservação. “O tema foi uma escolha dos alunos e desenvolvido com conteúdo que estavam sendo trabalhados em sala de aula, principalmente, nos dois primeiros bimestres que tem temas voltados para o meio ambiente”, explica a professora de português, geografia e história, Laura Barros.
Para Lara Cecília Duarte, uma das representantes da turma na Fecirr, o tema é de grande importância para a sociedade. “Eu achei interessante, pois a gente aprende a como cuidar da nossa água e tem muita gente desperdiçando ela. Na apresentação a gente ficou nervoso no começo, mas depois chegou mais gente e acostumamos”, afirma Lara.
O projeto “Esferas Terrestres: trabalhando conceitos científicos por meio de estratégias sustentáveis e interdisciplinares” do 5º ano ficou com o 3º lugar e foi orientado pelas professoras Bruna Ale e Soraya Feitosa. A professora Bruna Ale afirma que a ideia de origem do projeto começou como em uma atividade extracurricular com os alunos. “Quando soubemos o tema da feira esse ano voltado para ciências e sustentabilidade, os alunos decidiram fazer estudos sobre as esferas, a hidrosfera, litosfera e outras, criaram jogos, maquetes interativas. Na feira estadual fizemos mini maquetes interativas com chuva, elas se moviam, abriam e o material que fizemos as maquetes foram resíduos da escola com restos de material, como Eva, tecido”, explica a professora Bruna.
Para a aluna Vitória Beatriz, a sensação de apresentar o projeto para outras pessoas na feira foi muito interessante. “Gosto do assunto. Tenho prática com geografia. Eu acho muito legal conseguir apresentar para outras pessoas. Pensamos que não precisávamos ficar nervosos, a gente estava dando o nosso melhor e saiu tudo muito legal”, afirma Vitória.
Já a turma do 1º ano conquistou a quinta colocação com o projeto “Brincar e Ressignificar: uma experiência com reciclagem/reutilização e vivências corporais no CAp/UFRR” com a orientação das professoras Eugênia Villória, Marnilde de Farias, Verônica Pimenta e Júlia Dantas.
O projeto foi baseado na busca por reaproveitar materiais para que os alunos vivenciem brincadeiras e brinquedos da época dos pais e avós. “Começamos a observar junto com eles, quais os tipos de brinquedos eram esses. Fizemos uma pesquisa sobre quais materiais eram feitos esses objetos e quais deles nos podíamos reaproveitar para reconstruir brinquedos que os pais brincavam quando eram crianças. Queríamos que as crianças percebessem outras possibilidades de invenção e refletissem sobre o consumo consciente”, explica a professora Eugênia.
A aluna Abigail Soares conta como foi a apresentação do projeto para os visitantes. “Foi um pouquinho difícil no começo. Muito nervosismo, mas eu acho que apresentamos bem”, afirma ainda.
Conheça mais os projetos dos alunos do Ensino Fundamental Anos Finais
O projeto “Interrogando a Sustentabilidade: Do Contexto Histórico à Crítica do Modelo de Produção e Consumo Desenfreado” desenvolvido pela turma do 9° ano ficou em 2° lugar. Bruno Henrique, Lara Carolina e Luis Ariel foram os alunos representantes do projeto na Feira Estadual.
A pesquisa que surgiu a partir das aulas de história sobre a Guerra Fria, procurou fazer um diálogo entre uma abordagem sustentável e os impactos gerados pelos modelos de produção e consumo do sistema capitalista. O objetivo é encontrar soluções plausíveis para os danos ocasionados ao meio ambiente. “Buscamos associar o conteúdo das ciências humanas (História) com as exatas, trouxemos algumas abordagens comumente vinculadas às ciências biológicas também, mas trazendo também a reflexão social e montamos um projeto que consiste na preocupação com o descarte adequado de resíduos, divulgação dos postos de coleta e campanhas de doação”, explica a professora e orientadora, Tina Turner Silveira dos Santos.
O Colégio de Aplicação (CAp) foi o próprio objeto de análise do grupo de alunos que observou o descarte de lixo utilizado pela instituição de ensino. “Desse modo, pudemos mapear o CAp/UFRR e foi possível observar como o lixo é armazenado, o descarte e outros. Um grupo de alunos trouxe postos de coleta existentes como o da CAERR, do Instituto Pirilampos e cooperativas que utilizam materiais recicláveis para confecção de artesanato e restos de comida para compostagem em agricultura familiar. Tudo isso apresentamos na feira, objetivando divulgar estas iniciativas para uma parcela maior da população”, esclarece a professora.
O aluno Luis Ariel, destaca que o projeto vai continuar a ser tocado em frente e reflete sobre a premiação na feira estadual. “Vamos aplicar o projeto aqui na escola a partir do ano que vem e pretendemos criar uma separação de lixo. Sobre a premiação acho que foi uma dádiva que recebemos, um merecimento. A nossa expectativa é que ficaríamos em quinto ou quarto lugar. Essa é a primeira feira de ciências que o 9° participa desde o ensino fundamental I. A gente está muito feliz e só queremos agradecer a nossa professora”, reconhece Luis Ariel.
Para Tina Turner que orientou a pesquisa, a confiança dos alunos e do CAp no seu trabalho foi fundamental para a conquista. “Significou muito para mim, uma vez que estou lecionando profissionalmente a 8 meses, mas o que verdadeiramente me emociona e deixa incrivelmente feliz é saber que mesmo com a minha inexperiência, o Colégio de Aplicação e os alunos confiaram em mim”.
O 3° lugar na modalidade também foi ocupado por uma pesquisa desenvolvida pela Colégio de Aplicação (CAp). As alunas Maria Luiza Rizzo, Kamilly Ferreira, Maria Clara Lucena, Mirella Carneiro e Isabelle Pires do 8° ano foram premiadas pelo projeto. “O Resgate Cultural das Brincadeiras Populares com o Uso da Peteca Reciclada para a Ciência e Sustentabilidade” desenvolvido sob a orientação da professora Angelica de Almeida Pereira.
Segundo a orientadora, a iniciativa foi uma ideia criada pela aluna Maria Luiza Rizzo sobre a confecção da peteca com materiais recicláveis em uma apresentação para o trabalho da disciplina de Educação Física. A proposta inicial era rememorar as brincadeiras populares. “Foi cansativo, mas também foi bem interessante fazer esse trabalho. A gente aprendeu mais sobre como construir uma peteca, a cultura indígena e, além do esforço que tivemos, a gente também ganhou muito reconhecimento sobre esse projeto”, relembra Maria Luiza.
A pesquisa tem o objetivo de realizar iniciativas interculturais de preservação e retomada das brincadeiras populares. Tudo a partir da utilização do artesanato com materiais reciclados e o uso de produtos biodegradáveis, como a confecção do brinquedo peteca. “Foi uma experiência bem diferente, pois não é sempre que a gente consegue ir para a Feira de Ciências Estadual e foi legal. Aprendemos muitas coisas novas sobre isso, sobre a cultura indígena, sobre o uso do material reciclável”, relata também a aluna Maria Clara.
De acordo com a professora Angelica, a pesquisa ainda continuará em desenvolvimento. “Foi a partir do projeto que os alunos da turma 8º puderam ter uma aproximação com a pesquisa científica oportunizando o conhecimento da cultura indígena, permitindo o desenvolvimento de posturas sustentáveis. O projeto também trouxe um impacto positivo de visibilidade do trabalho realizado nas aulas de Educação Física”, finaliza.
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