O Núcleo de Telessaúde da Universidade Federal de Roraima (UFRR) realizou em fevereiro e março um novo ciclo de capacitação para profissionais de saúde dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) Yanomami e Yekuana, e Leste. Com as três novas turmas formadas, o SUS em Roraima passa a contar com mais de 200 profissionais capacitados para atuar com soluções remotas de saúde, como teleconsultorias, teleinterconsultas e telediagnóstico em áreas indígenas.

A Telessaúde é uma política nacional do Ministério da Saúde que visa tornar os serviços de saúde mais acessíveis e eficientes, especialmente em regiões remotas, como as Terras Indígenas de Roraima. No estado, a iniciativa é gerida pelo programa de extensão ‘Núcleo de Telessaúde da UFRR’, responsável por treinamentos e pela manutenção de plataformas digitais.

Capacitação no DSEI Leste
No dia 10 de março, o Núcleo realizou um treinamento com 13 médicos do DSEI Leste, um dos maiores do país, que abrange 11 dos 15 municípios de Roraima e 32 terras indígenas reconhecidas pelo governo brasileiro. Durante o curso, os profissionais aprenderam sobre a utilização da plataforma digital do Núcleo e a Lei Geral de Proteção de Dados. As principais ferramentas abordadas foram a Teleinterconsulta, que permite atendimentos virtuais com a participação de especialistas remotos, e a Teleconsultoria, voltada para consultas entre profissionais e pacientes em áreas remotas.

O médico Kelso Carter destacou a importância da telemedicina: “Para os profissionais que trabalham na área, é uma ferramenta extraordinária, tanto em situações emergenciais quanto na atenção especializada.” O objetivo do Núcleo é incorporar essas atividades nos 34 Polos Bases do DSEI Leste, beneficiando povos como os Macuxi, Wapichana, Ingarikó, Patamona, Taurepang, Sapará e Wai-Wai.

Impacto no DSEI Yanomani e Yekuana
Raíssa Lopes, nutricionista do DSEI Yanomami e Yekuana, ressaltou os desafios enfrentados em locais com escassez de profissionais: “Com a Telemedicina, o atendimento com especialistas proporciona um cuidado mais qualificado para os pacientes indígenas.” Alex Bauman, enfermeiro especializado em IST, Tracoma e Geomitíase, destacou a agilidade das ferramentas: “Um paciente com IST, que antes esperaria 30 dias para concluir exames e consultas, agora pode ser atendido rapidamente em sua própria comunidade.”

Capacitação Constante
Os cursos do Núcleo de Telessaúde são voltados para médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, psicólogos e nutricionistas que atuam em áreas indígenas. Uma vez capacitados, os profissionais têm acesso à plataforma de Telessaúde da UFRR, que oferece serviços como Teleconsultoria, Telediagnóstico e Teleinterconsulta. Essas ferramentas garantem aos indígenas acesso a especialistas sem necessidade de deslocamento, qualificando encaminhamentos, aumentando a eficiência dos tratamentos e reduzindo custos e riscos de complicações clínicas.

As capacitações são contínuas e podem ser solicitadas ao Núcleo de Telessaúde da UFRR, reforçando o compromisso com a saúde indígena em Roraima.

GLOSSÁRIO DA TELESSAÚDE

Teleconsultoria: Serviço de suporte técnico entre profissionais de saúde para esclarecimento de dúvidas clínicas ou administrativas, geralmente via telefone, e-mail ou plataformas digitais.

Telediagnóstico: Uso de tecnologia para realizar exames e emitir laudos à distância, permitindo diagnóstico remoto por especialistas.

Teleconsulta: Atendimento médico ou de outros profissionais de saúde realizado a distância, mediadas por tecnologias digitais de informação e comunicação – TDIC (por telefone, videoconferência, ferramenta de conversa instantânea ou outras aplicações).

Teleinterconsulta: interação remota para a troca de opiniões e informações clínicas, laboratoriais e de imagens entre profissionais de saúde, com a presença do paciente, para auxílio diagnóstico ou terapêutico, facilitando a atuação interprofissional;

Institucional – O Núcleo de Telessaúde é um ação de Extensão da Universidade Federal de Roraima, integrado ao Programa Telessaúde Brasil Redes, do Ministério da Saúde (MS). Em nível nacional, o programa visa aprimorar o atendimento no SUS, abrangendo desde a Atenção Básica até os serviços mais complexos, por meio do uso de Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação integrando Educação Permanente em Saúde (EPS) e apoio assistencial por meio de ferramentas e tecnologias digitais.