Publicado em: 12 de dezembro de 2024
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Ministrantes:
Simone Mainieri Paulon (PPGPSI/UFRGS) / Lattes: http://lattes.cnpq.br/6053363307031981 / E-mail: simonepaulon@gmail.com
Élida Hennington (Cesteh/Ensp/Fiocruz) / Lattes: http://lattes.cnpq.br/9776060382020538 / E-mail: elidahennington@gmail.com
Ementa:

Estima-se a existência de 1,3 milhão de migrantes internacionais residindo no Brasil, principalmente negros e indígenas oriundos de países das Américas Central e do Sul e da África. Observa-se, nos últimos anos, o aumento desses deslocamentos e a crescente feminização dos processos migratórios, com piora de acessibilidade aos serviços de acolhimento à saúde. Diante desse grande contingente, especialmente mulheres, e da pluralidade dos grupos de migrantes e refugiados de inúmeras nacionalidades e origens étnico-raciais, torna-se ainda mais desafiador pesquisar, ofertar assistência adequada e construir políticas públicas que acolham desejos e necessidades deste segmento crescente da população brasileira. Para tanto, faz-se urgente afinar-se e atualizar-se ferramentas conceituais e metodológicas que abarquem as demandas de saúde, trabalho e educação da população imigrante em nosso país. No campo da saúde, a noção de saúde mental, na tradição de uma psiquiatria ocidental, consolidada no paradigma dos manuais de classificação médica, ao estilo DSM-V que reforçam as noções de “transtornos” e de “resiliências”, vem sendo tensionada por paradigmas clínico-filosóficos mais contemporâneos, que demandam ampliação das compreensões de saúde reduzida à ausência de doenças. Apesar de ainda não ter logrado despsiquiatrizar o sofrimento psíquico, posto que o diagnóstico psiquiátrico e seu afã prescritivo permanecem como dispositivos hegemônicos na atenção à saúde mental, os avanços produzidos com a consolidação do SUS e os avanços da Reforma Psiquiátrica antimanicomial no Brasil acrescentaram novas perspectivas ao campo da atenção psicossocial, incluindo conceitos como “clínica ampliada e compartilhada”, “atenção integral à saúde”, “apoio em rede”, que disputam sentido do cuidar despatologizantes e produtores de vida. Na esteira desses, o conceito do Bem Viver traz o conhecimento dos povos originários latino-americanos para o debate, apresentando um contraponto contracolonial à compreensão do que, no norte global se estipulou denominar como bem-estar. A fim de pensarmos a dimensão estratégica da noção de Bem Viver, no contexto dos deslocamentos humanos forçados, enquanto recurso existencial na produção de subjetividade, propomos este minicurso com foco no cuidado em saúde mental das mulheres imigrantes.

Carga-Horária:
10 horas (30 vagas)
Local:
Sala 01 (CCH/UFRR)
Inscrições:
https://forms.gle/6hoa92JBZLRh5RyNA
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