Desde sua fundação (efetiva em 2010, com o início das aulas), na seleção de sua primeira turma de alunos em 2008 (turma que sofreu embargo judicial, iniciando as atividades apenas em 2010), o PPGL já selecionava suas propostas de dissertações pelo critério da possível qualidade da pesquisa e, na esteira de um quase ineditismo de pesquisas linguístico-literárias na região, pela sua temática amazônica.
A estratégia, que sempre se mostrou acertada, dada a consonância com os objetivos formativos da instituição (em sua missão de desenvolver o conhecimento sobre a Amazônia), também possibilitou particularizar (e incrementar a qualidade de nossas dissertações) quando se tratava de oferecer a possibilidade de desenvolvimento de pesquisa que favorecesse temas já trabalhados por colegas da graduação (sem formação em pós-graduação) em sua áreas de atuação. Deste modo, foi estimulada tanto a relação da graduação com a pós, do ponto de vista de nosso corpo docente comum e de graduação, quanto o estreitamento de temas que, por sua vez influenciaram diretamente nas reformulações do Projeto Político e Pedagógico (antes PPP, agora PPC) da graduação, ensejando, inclusive disciplinas.
A influência deste tipo de pesquisa e dissertação, no entanto, não se restringiu a nossas graduações, mas também se espraiou pelas demais instituições do estado, modificando os PPPs de escolas municipais e estaduais públicas e da iniciativa privada, nas quais atuavam nossos egressos, assim como nas instituições (IES) co-irmãs da UFRR, também no âmbito público e privado.
Uma dessas disciplinas, surgida no bojo dessas pesquisas da linha 2 do PPGL, foi a Literatura de Roraima (mais tarde transformada em Literaturas da Amazônia) implementada na graduação em Letras da UFRR, a partir de dissertações e publicações de pesquisa de nossos alunos e professores. O mesmo fenômeno deu-se com a Universidade estadual de Roraima, em função do grande número de professores daquela instituição titulados nas primeiras turmas do PPGL.
Da dissertação de Suênia Kdidija Feitosa, por exemplo, parte integrante de projeto financiado pelos editais: Universal e de Ciências Sociais Aplicadas do CNPq (coordenado pelo professor Roberto Mibielli que, entre 2010 e 2012, conseguiu mapear a literatura em 70% das escolas do estado), surgiu o convite, em 2014, para que ela (já, então, egressa do PPGL) e o seu orientador, Roberto Mibielli, participassem da comissão estadual da Secretaria de Educação de Roraima que reformulou o Plano Estadual de Educação do estado. A influência deste trabalho, além de imediata, ampla e irrestrita, no que tange às diretrizes para o ensino da literatura dos níveis fundamental alto (5º ao 9º anos do ensino fundamental) e médio (1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio), foi configurada pela lei estadual nº1008 de 03/09/2015, para ter vigência de dez anos, ultrapassando o marco temporal deste relatório.
Alguns de nossos projetos de pesquisa (no caso dos professores orientadores) conservam bastante vívida uma interface com o ensino (não à toa temos influência direta na criação e aprovação do mestrado em Educação na UFRR), nesse sentido, nossos alunos, ao desenvolverem em suas dissertações facetas e subprojetos dentro dos projetos de seus orientadores, interferem direta e positivamente nos modelos de ensino e na relação com os conteúdos no estado de Roraima, indo, no caso de nossos estudantes internacionais (PAEC), influenciar realidades além fronteiriças.
Essa relação com o ensino, nos permitiu estender os limites da relação com a graduação, no sentido de atender às demandas do Insikiran (Instituto de Formação Superior Indígena da UFRR – Curso de Graduação) de continuidade da ação formativa de seus egressos. Ocorre que a totalidade dos alunos oriundos dali têm no seu currículo, como critério básico de seleção para o vestibular especial para a graduação indígena, ser professor atuante no sistema de escolas indígenas do estado. Além de profundamente inédita, por esse motivo, boa parte da produção intelectual destes profissionais dá conta da realidade educativa dessas comunidades, assim como de suas preocupações com o revigoramento de suas respectivas culturas e línguas.
As dissertações redigidas por egressos indígenas têm incluído perspectivas e epistemologias Macuxi, Wapichana, Ye’kwana, Ingarikó e Wai Wai, aprofundando a descrição dessas línguas (Linha 1) e abrindo espaço para produção e análise de suas literaturas (linha 2). Essas temáticas e perspectivas estão em completo alinhamento com a identidade do programa e somam esforços no sentido de conferir ao nosso mestrado uma condição única.
Desse bojo têm surgido dissertações como a premiada “Do parixara ao areruya” de Jucicleide Pereira Santos, orientada pelo saudoso professor Devair Fiorotti (falecido em Março de 2020), que logrou trazer para Roraima o prêmio Dirce Cortes Riedel, oferecido pela ABRALIC, para a melhor dissertação brasileira de 2018. Essa dissertação se tornou livro em 2020 pela Editora Bonecker, RJ.
Embora não haja ainda no programa uma linha de pesquisa específica para o ensino de Literatura e Cultura e ou (no âmbito da Linguística Aplicada) para o ensino de línguas e linguagens, essa é uma ambição que temos para um futuro próximo, a da criação de uma linha específica de “Ensino de…” que permita a um considerável número de candidatos ao PPGL cujos projetos vem sendo sistematicamente recusados, repensar suas próprias práticas pedagógicas, assim como influenciar mais profundamente nas necessárias mudanças no perfil do ensino médio e fundamental do estado, ampliando nossa já eficiente relação com esses níveis de ensino.
Uma das características elogiadas pela comissão de avaliação, em relação ao PPGL, no relatório trienal de 2016, foi o prazo de conclusão de nossos alunos. Mesmo agora, em meio à pandemia, essa característica não se desestruturou. Dos dezesseis alunos que ingressaram em 2018, dois abandonaram, cinco defenderam ainda em 2019 (adiantados em relação aos 24 meses), e nove em 2020.
Do total de cinco que concluíram suas dissertações antecipadamente, ainda em 2019, dois se titularam na linha 1. Como se pode notar, pelos títulos dos trabalhos, quando associados aos nomes dos orientadores, há uma forte coerência entre a pesquisa de orientandos, orientadores e linhas de pesquisa: ALESSANDRA PEDROZO DA CRUZ TITULADA em 21/10/2019 teve como orientador Rodrigo Mesquita no trabalho de dissertação intitulado: CONTATO ENTRE LÍNGUAS DE SINAIS: UM ESTUDO SOCIOLINGUÍSTICO SOBRE O CODE-SWITCHING NO CONTEXTO FRONTEIRIÇO BRASIL E VENEZUELA) e ANTONIO LISBOA SANTOS SILVA JUNIOR, TITULADO em 22/05/2019 teve como orientadora Deborah de Brito Albuquerque Pontes Freitas no trabalho intitulado: CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA DE UMA PROFESSORA DE INGLÊS NA SUA INTERAÇÃO COM ALUNAS SURDAS: DA FORMAÇÃO À ATUAÇÃO. Essa, aliás, foi uma dissertação defendida em apenas 14 meses. A coerência e coesão entre os trabalhos dos alunos e os projetos de pesquisa de seus orientadores também funcionou a contento na linha 2 do PPGL. De tal modo que dos cinco que concluíram antes do prazo de 24 meses, três, entre eles: EDGAR JESUS FIGUEIRA BORGES, TITULADO em 18/12/2019 orientado por Leila Adriana Baptaglin NARRATIVAS URBANAS BOA-VISTENSES: A CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA NA PRODUÇÃO ARTÍSTICA DO RAPPER MC FRANK D`CRISTO; JACKSON DE SOUZA FELIX TITULADO em 16/12/2019 que teve como orientador Vilso Junior Chierentin Santi no trabalho cujo título é: “O MOVIMENTO RORAIMEIRA NA ERA DOS FESTIVAIS: MÚSICA E REGIONALISMO NA FORMAÇÃO DA CULTURA RORAIMENSE” e; VANESSA AUGUSTA DO NASCIMENTO BRANDÃO TITULADA em 13/12/2019, teve como orientador Mauricio Elias Zouein na dissertação intitulada: “O NETO DE MAKUNAIMA: JAIDER ESBELL E A LITERATURA INDÍGENA EM RORAIMA”. É importante destacar que os professores da linha 2 cujos trabalhos foram defendidos antes do prazo, são os mesmos que deixaram o programa, no final de 2019, para integrar o recém-criado Mestrado em Comunicação Social. Os trabalhos sob orientação desses professores, embora não fossem professores especificamente de Letras, também guardam profunda coerência com a linha de pesquisa 2 Literatura e Cultura Regional do PPGL no qual estavam inscritos. Em todos os cinco (das duas linhas) ambientados na Amazônia (ou em suas fronteiras), com objetos e sujeitos da região.
Com relação aos nove que defenderam, no prazo, em 2020, da linha 1, GABRIELE SILVA DE CASTRO, orientada pela professora Deborah de Brito Albuquerque Pontes Freitas com o trabalho intitulado: LÍNGUAS E IDENTIDADES DE UMA FAMÍLIA WAPICHANA NA CIDADE DE BOA VISTA (RR); TAYNNA DE FÁTIMA BRITO SANTOS, orientada por Emerson Carvalho de Souza, com o texto intitulado: ASPECTOS PRAGMÁTICOS DO CODE-SWITCHING NAS INTERAÇÕES DE UMA FAMÍLIA BILÍNGUE DE BOA VISTA-RR e; DANIELE DA SILVA FERNANDES RODRIGUES também orientada pelo professor Emerson Carvalho de Souza com o texto: EMPODERAMENTO LINGUÍSTICO DE MINORIAS ÉTNICAS EM RORAIMA: A VOZ DOS PROFESSORES INDÍGENAS, apresentaram profunda coerência com a linha 1 e com os objetos de pesquisa de seus respectivos orientadores, permitindo, ainda, ao PPGL uma integração perfeita entre as dissertações defendidas, os projetos dos orientadores e as disciplinas ministradas no programa, assim como com suas respectivas linhas de pesquisa.
Na linha 2 a coerência também imperou, e dentre os sete alunos ingressados em 2018 que defenderam em 2020, CARLA CAROLINA MOURA BARRETO, sob orientação de Tatiana da Silva Capaverde, defendeu o trabalho intitulado: ESCRITA E REINVENÇÃO DE SI: A MEMÓRIA EM NARRATIVAS HISPANO-AMERICANAS CONTEMPORÂNEAS, em estreito diálogo com o projeto de sua orientadora; PAULO FERNANDO DE LUCENA BORGES, também orientando de Tatiana da Silva Capaverde, defendeu o trabalho: DEMANDAS E POSSIBILIDADES DE UM CURSO DE LÍNGUA MACUXI A DISTÂNCIA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA, em tudo coerente com a linha de pesquisa e os objetivos do programa; EDUANY DA LUZ SIQUEIRA, orientanda de Roberto Mibielli, propôs e defendeu o texto de sua autoria: SIGNO E POESIA NA AMAZÔNIA DURANTE A DITADURA MILITAR; SURAJ KHEMRAJ, sob orientação de Ananda Machado (então já cadastrada também na linha 2 como permanente), defendeu o trabalho intitulado: O ROMANCE PALACE OF THE PEACOCK: UMA FICÇÃO QUÂNTICA DO ESCRITOR WILSON HARRIS, o mestrando indígena Yekuana, FERNANDO YEKUANA GIMENES, sob orientação do Professor Fábio Almeida de Carvalho, nos brindou com: OS CANTOS TRADICIONAIS YE’KWANA e o também aluno indígena Macuxi, JUCELINO RODRIGUES VIRIATO, orientando da professora Ivete Souza da Silva, defendeu o trabalho intitulado: HISTÓRIAS TRADICIONAIS INDÍGENAS DOS POVOS MAKUXI E WAPICHANA DA COMUNIDADE INDÍGENA MANOÁ
A partir dos Trabalhos de alunos ingressados no PPGL em 2019 e 2020 e que estão em andamento, podemos destacar, na linha 1, como absolutamente coerentes para com a linha de pesquisa do programa os trabalhos que abordam a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), como fruto da parceria que vem se fortalecendo, desde a graduação, com o surgimento relativamente recente do curso de Letras-Libras e a formação de suas primeiras turmas. São eles: Variação De Sinais De Variedades Da Libras: Um Estudo Sociolinguístico A Partir Do Corpus De Libras; Um Estudo Sobre A Variação Da Libras: Aspectos Fonéticos-Fonológicos E Lexicais; Empréstimos Linguísticos Da Língua De Sinais Da Comunidade Indígena Do Rupununi; Interação Entre Professor E Tradutor/Intérprete De Libras Nas Aulas De Língua Espanhola No Contexto De Ensino/Aprendizagem Do Aluno Surdo; A Libras Como Língua De Herança E Questões Sobre Sua Aquisição; Aspectos Da Convencionalização De Sinais Em Línguas De Sinais Emergentes No Brasil; Estratégias De Tradução E Uso De Sinais-Termos De Expressões Regionais E Idiomáticas Em Libras; Um Estudo Descritivo Sobre Compostos Em Língua Brasileira De Sinais (Libras); Línguas Em Contato Na Fronteira Brasil Venezuela: Uma Investigação Sobre O Uso Da Escrita Pelos Surdos Imigrantes Venezuelanos. Esse último, um trabalho de dissertação que enseja também uma discussão sobre as fronteiras linguísticas de Roraima. Nesse sentido, se irmanam a ele cinco outros, que também lidam com a relação entre línguas: O Ensino De Língua Portuguesa A Migrantes Venezuelanos; Preconceito Linguístico E Cultural Com Aluno(A) Imigrante; Construção Identitária De Imigrantes Venezuelanos Através Do Ensino De Português Como Língua Estrangeira Em Boa Vista; Propriedades Sintáticas E Semânticas De Pourquoi E Pour Quoi Em Interrogativas Do Francês: Contribuições De Caráter Teórico E Experimental; Dicionário Tecno lexical Bilíngue Português-Espanhol No Campo Lexical Do Turismo: Uma Proposta De Subsídios Teóricos E Metodológicos e; Para O Conhecimento Do Crioulo E Do Inglês Guianenses. A esses, somam-se os trabalhos sobre ensino, destacando-se em alguns desses a relação do ensino com as comunidades, as línguas e as culturas indígenas: As Implicações Linguisticas Na Escola Municipal Irma Leonilde Dal Pos; Concepções De Linguagem: Práticas De Ensino E Aprendizagem Da Língua Portuguesa Na Escola Municipal Tropical No Município De Alto Alegre/RR; Perfil Do Professor De Português No Contexto Multilíngue Da Escola Carlos Drummond De Andrade – Boa Vista/RR; Construção De Um Dicionário Multimídia Wapichana; Morfossintaxe Das Conjunções Coordenativas Explicativas Na Língua Wapixana (Aruák); O Ensino E Compreensão Da Língua Portuguesa Para Os Falantes De Língua Makuxi Da Escola Estadual Indígena Antônio Dias De Souza Cruz Da Comunidade Indígena Pium/Tabaio; Magistério Indígena Amooko Ilisantan: A Língua Portuguesa E As Metodologias De Ensino De Professores Indígenas; Mulheres Na Ciência E Desigualdade De Gênero: Uma Análise Sóciodiscursiva Sobre A Trajetória Acadêmica De Mulheres Da Região Norte; Todos os temas contemplados aqui correspondem, em menor ou maior grau aos projetos dos professores credenciados como permanentes no PPGL.
É preciso salientar, ainda, que mais que títulos provisórios, fornecidos pelos próprios alunos, esses trabalhos, ainda em andamento, espelham o ambiente majoritário de alunos provenientes de dois diferentes contextos: em primeiro lugar, recém formados na recém inaugurada (as primeiras turmas se formaram a menos de três anos) graduação em Letras Libras como demanda reprimida, e em segundo lugar profissionais de ensino já experientes, preocupados com as próprias práticas pedagógicas no ensino de línguas e a produção de conhecimento e material para este fim. Boa parte destes, já professores em escolas indígenas, eles mesmos indígenas, oriundos do Instituto Insikiran de Formação Superior Indígena da UFRR.
Por outro lado, na linha dois, embora também haja um forte alinhamento com as pesquisas dos orientadores e a própria ementa da linha de pesquisa, o objeto predominante é, passados dez anos de inauguração do PPGL/UFRR, a cultura indígena, sua literatura e artes. Explica-se esse fenômeno, em função não apenas de uma formação represada de graduados pelo Insikiran em busca de melhorias profissionais – dado que todo indígena para ser aluno das licenciaturas do Insikiram tem que obrigatoriamente ser professor atuante no estado, em escolas indígenas (Somente deste modo logram conseguir ter homologada sua inscrição ao vestibular da Licenciatura Intercultural), mas e também em função do interesse pela temática relativamente nova na área de estudos literários. Mas, como se dizia, não é apenas esta demanda reprimida que define a predominância do tema entre os alunos da linha 2 do PPGL. Entre os não-indígenas, somente muito recentemente, em Roraima atentou-se para a necessidade de investigar a existência de manifestações artístico-literárias de origem indígena. Se na década anterior, o predomínio da descrição linguística dessas línguas e culturas ocorreu, agora, predomina entre nossos alunos a temática cultural, literária e artística indígena. Nota-se essa ligeira discrepância de interesses no elenco de títulos provisórios das dissertações em andamento da linha 2 que se segue: Um diálogo Literário Intercultural entre a Língua kaqchikel/Macuxi através da tradução de poesias de Ixsu’m Antonieta; A Leitura Na Escola Estadual Indígena Marechal Cândido Rondon; A história do boto, versões kasari pandoni; Panton Makuxi: Os saberes que circulam pelas narrativas orais na Região Serra da Lua/RR; Narrativas e memórias wai wai-parîkwoto; Unkuadkiz Literatura Indígena E Identidade Wapichana Na Fronteira Brasil/Guiana; Convergências Entre Literatura E Pintura: Identidade E Topofilia Indígena Em Jaider Esbell; A Interculturalidade Nas Produções Artísticas De Jaider Esbell; Modos de aproveitamento, de apropriação e de transposição dos discursos ameríndios pelas literaturas; Canaimé:Personagem e suas contradições; Da poesia lírica à narrativa oral indígena: intertextualidade e pertencimento em Devair Fiorotti; Pegadas ausentes de Makunaima: circulação e permanência; A literatura Indígena de Cristino Wapichana: Análise de Obras e Elaboração de Material para as escolas Indígenas de Roraima. A preocupação com a escola nesse caso é tema aliado à questão indígena na investigação de suas narrativas e da tradição oral. Mas a fronteira, em função da recente onda migratória, principalmente de venezuelanos, também teve discreto predomínio, uma vez que boa parte dos orientadores se voltou em suas pesquisas para a temática migratória: Americanismos na Venezuela; Buitrago E A Literatura De Imigração E Refúgio Na Literatura Infantil, Pós-colonialidade na obra Texaco de Patrick Chamoiseau. A circulação, dentro do contexto das fronteiras externas também não ficou de fora, uma vez que é tema de alguns projetos de pesquisa dos orientadores: Circulação em movimentos literários da Amazônia; Memória e representações da ditatura militar em A noite da Espera de Milton Hatoum; O poético na obra de Koch-Grünberg; As temáticas literárias tradicionais, teorias e comparações, centrais em outros PPGs pelo Brasil afora, também foram contempladas, mas com um pé na Amazônia e em suas fronteiras transnacionais, sempre: A Reescrita de Machado de Assis em Memorial de Buenos Aires por Antonio Fernando Borges. Por fim, os temas do politicamente correto, dos estudos culturais emergentes em nosso campo do conhecimento, também foram contemplados em projetos de pesquisa de orientadores e, consequentemente nas propostas de pesquisa escolhidas a partir da seleção de mestrado: “Mulher é desdobrável”: A construção do feminino local em poemas de Sony Ferseck comparados com poemas de poetas canônicas; As Mulheres De Macaggi: Opressão, Violência E Submissão; LibeRRdade para CoRRpos MaRRginalizados: Devorar as linguagens do teatro e da performance para a emancipação de indivíduos de Boa Vista/RR
Nossas bancas, em função do custo das passagens aéreas para o estado e do escasso recurso dedicado ao provimento delas, tiveram considerável melhora, em relação à necessidade de participação de professores oriundos de outros estados, com a adoção dos protocolos virtuais (a distância) de defesa por parte da UFRR. Em função deste fator, antes somente permitido como exceção à regra, logramos fechar 2020 com altíssima qualidade em nossas bancas, integrando a elas docentes gabaritados de instituições de ensino de fora do estado, conforme dados da própria plataforma Sucupira na composição das bancas. Diante do exposto, reafirmamos o compromisso do PPGL com a coerência entre as pesquisas desenvolvidas em perfeita sintonia com as linhas de pesquisa e a área de concentração.
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