O Grupo de Pesquisa MusiCuir – Educação Musical, Currículos e Interseccionalidades, sob liderança da Professora Doutora Wenderson Silva Oliveira, foi criado em 2022 com o objetivo de desenvolver estudos e pesquisas sobre currículos e práticas pedagógicas em Educação Musical a partir da lente analítica interseccional, no sentido de produzir conhecimento a respeito dos modos como as identidades em Educação Musical e o ensino de música são tecidos nos múltiplos contextos dos cotidianos escolares e não-escolares da/na Amazônia. O Grupo se divide em três linhas:

Linha 1 – Currículos, poderes-saberes, práticas docentes e formação em educação musical

Desenvolve estudos e pesquisas sobre políticas curriculares, formação docente e cultura escolar. Compreende, por meio de uma perspectiva pós-crítica fundamentada nas teorizações pós-estruturalistas,  que currículos operam a partir de redes de saber-poder, a qual imputam identidades, selecionam discursos de verdade, regulamentando, desse modo, territórios de subjetivações. Investiga os campos de silêncio nos currículos e na formação docente, à medida que compreende que as relações de ensinar-aprender música são frutos do colonialismo e das artimanhas do poder desde Amazônia.

Linha 2 – Currículos em redes, práticas emancipatórias e pesquisa nos/dos/com cotidianos em educação musical: práticas e processos de ensinar-aprender música

Desenvolve estudos e pesquisas sobre saberes curriculares, processos e práticas cotidianas de educação musical nos diferentes espaços-tempos educativos, escolares e não-escolares. Compreende, por meio das teorizações pós-coloniais e pós-críticas que currículos são tecidos em redes nos/dos/com cotidianos, fabricando alternativas emancipatórias às redes de saber-poder e, por isso, desenvolve propostas de pesquisas sobre práticas pedagógicas, processos de ensino-aprendizagem musicais, ensino de instrumentos musicais e de canto, cotidianos escolares e não-escolares, saberes musicais comunitários, culturas musicais diversas e suas vivências, assim como conversas sobre educação musical, narrativas, histórias de vida e memórias musicais desde Amazônia. 

Linha 3 – Currículos, diferenças, diversidades e identidades em educação musical: relações interseccionais entre etnia, raça, gênero e sexualidade

Desenvolve estudos e pesquisas sobre currículos e a constituição de processos identitários, políticas de diversidade e diferença. Compreende que currículos são também redes de subjetivação e, por isso, constituem-se em formas corpóreas que inter-relacionam identidades. Ou seja, tanto nas redes de saberes-poderes quanto nas alternativas emancipatórias a elas, não há possibilidade de dissociação das identidades em suas diferenças e diversidade. Desse modo, orientada por perspectivas feministas, queer, pós-críticas, decoloniais e anticoloniais, desenvolve propostas sobre relações étnico-raciais, gênero e sexualidade na formação docente, nas práticas pedagógico-musicais e nos currículos em educação musical, com foco em uma analítica interseccional desde a Amazônia.