A visita integra as ações do projeto de extensão Somos Migrantes da UFRR.
Nesse sábado (07) os alunos do curso de jornalismo da Universidade Federal de Roraima (UFRR) participaram de uma visita de campo no bairro João de Barro para conhecer trabalhos sociais desenvolvidos por mulheres imigrantes e refugiadas oriundas da Venezuela e trocar experiências. A visita das turmas de Jornalismo Comunitário e de Introdução às Mídias Digitais integra o ensino à extensão universitária, por meio do projeto Somos Migrantes da UFRR.
O encontro ocorreu na parada de ônibus na entrada do bairro, espaço coberto que tem servido de lugar de encontro de moradores. No primeiro momento os acadêmicos conheceram o projeto cultural desenvolvido pelas mães imigrantes que tem como objetivo resgatar e fortalecer as tradições culturais da Venezuela para as crianças que moram no Brasil.
“Os nossos filhos não se reconhecem como venezuelanos e nem como brasileiros. Quando perguntamos para nossas crianças sobre as danças tradicionais, elas não conhecem e nos entristecemos, por isso, decidimos apresentar nossa música, dança e teatro. Não podemos permitir que nossa cultura seja esquecida pelos nossos filhos”, esclareceu Eunice Reges, uma das mães integrantes do projeto.
Outra iniciativa desenvolvida por mulheres imigrantes e refugiadas é o projeto que ensina crianças a ler e a escrever em português. Para ingressar numa escola da rede pública, as crianças precisam fazer um teste de leitura e escrita para comprovar que têm capacidade em se comunicar na língua portuguesa, e a iniciativa dessas voluntárias é dar um reforço e ampliar as chances de integração das crianças.
“Nosso trabalho voluntário tem apresentado resultados, muitas de nossas crianças estão sendo aprovadas com uma boa nota. Estamos felizes porque as nossas crianças estão conseguindo passar nas provas de proficiência em língua e sendo matriculadas nas escolas municipais”, comemorou Victoria Escalante, professora e coordenadora do projeto que funciona no bairro João de Barro e que atende crianças da região, independente da nacionalidade.
A iniciativa desses projetos partiu de mulheres que desejam que seus filhos não se esqueçam de suas origens e no novo país que estão morando tenham acesso aos serviços básicos que garantem uma vida melhor para continuar seguindo em frente em busca de uma sociedade mais igualitária.
Muitas dessas mulheres passaram por experiências dolorosos, difíceis e pelo fato de estarem num novo país são vítimas de estresse, preconceito e desânimo. O projeto Somos Migrantes da UFRR se vinculou a um outro projeto desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e pela Fiocruz com a temática “O bem-viver, subjetividades e estratégias de produção de saúde e resistência de mulheres trabalhadoras imigrantes”. Essa parceria, que é coordenada pela professora venezuelana Norah Gamboa, tem promovido uma série de rodas de conversa com as mulheres imigrantes em Boa Vista, como a que ocorreu no último sábado (07) no João de Barro, onde o grupo de mães relatou suas experiências num diálogo mediado pelo psicólogo João Paulo Roberti Junior, professor do curso de psicologia da UFRR.
“Foi um momento de acolhimento, escuta ativa, compartilhamento de experiências e ajuda mútua. A cooperação entre as mulheres e o desejo de se estabelecer pensando em seus filhos fazem delas, mulheres resilientes e autônomas, que provocam outras formas de lidar com a nova realidade no Brasil”, considerou a professora Norah Gamboa.
A aluna do curso de Jornalismo Comunitário, Laura Lima, disse que ficou muito bem impressionada com o propósito das mulheres de criarem um grupo intercultural como incentivo ao desenvolvimento das crianças tanto venezuelanas, quanto brasileiras, haitianas e guianenses. “Eu gostei muito da visita, e de assistir o resultado do esforço das mães, elas fazem muito mais do que parece possível dentro das condições não tão favoráveis em que se encontram (referência a longas caminhadas para chegarem no local de ensaio e as ruas de bairros que tornam impossível a locomoção durante as chuvas). Espero que o projeto receba o reconhecimento e o apoio financeiro que merece”, concluiu.
Sobre a participação dos acadêmicos de Jornalismo na visita ao bairro, a coordenadora do projeto Somos Migrantes, professora Vângela Morais, destacou a importância dessa oportunidade de aproximação, pela perspectiva dos imigrantes e suas vivências “ essa é uma boa lição de comunidade que ajuda na formação de jornalistas, profissionais que continuamente precisam noticiar a diversidade cultural, as desigualdades sociais para provocar políticas públicas que permitam um viver melhor a todas as pessoas”, explicou.
Reportagem: Luciene Sampaio
Fotografia: Carlos Rocha
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